Lesados do BES felizes por verem Ricardo Salgado no banco dos réus
15-10-2024 - 06:00
 • Liliana Monteiro

São cerca de dois mil os lesados. Numa década, muitos morreram e a luta é agora feita por filhos e até netos.

São 1.997 as pessoas lesadas no âmbito da queda do Banco Espírito Santo (BES), e que se reuniram na Associação de Defesa dos Clientes Bancários. O julgamento do caso BES/GES começa esta terça-feira.

São classificados como investidores não qualificados, alguns emigrantes que entregaram ao banco uma média de 200 mil euros em investimentos e querem ver o BES condenado por dano punitivo.

Não prescindem de fazer contas às perdas bancárias e aos danos morais, à vida que para muitos ficou "destruída".

Orgulham-se de ter conseguido sentar Ricardo Salgado no banco dos réus.

Nos últimos dez anos morreram cerca de 80 dos lesados e, em muitos destes casos, a luta faz-se agora pela mão dos filhos ou até dos netos.

Perto de dois mil lesados do BES exigem entre 120 e 150 mil euros por danos morais.

No processo-crime, este conjunto de vítimas reclama 330 milhões de euros.

Mas há mais lesados? São 23 as pessoas que não aceitaram a solução encontrada para os 2.100 lesados do papel comercial do BES e que passou pela criação, em 2017, de um fundo de recuperação de créditos que permitiu a recuperação de 75% dos investimentos até 500 mil euros (num máximo de 250 mil euros) e 50% dos investimentos acima de 500 mil euros.

Estes 23 cidadãos querem o dinheiro na íntegra.