A Lusorecursos Portugal Lithium confirmou esta quarta-feira um parecer favorável por parte da Comissão de Avaliação da Mina do Romano, que dá luz verde à exploração mista de lítio (céu aberto e subterrânea) em Montalegre.
A Visão noticiou esta quarta-feira que a Comissão de Avaliação da Mina do Romano validou a exploração mista de lítio, referindo que "se trata do último parecer do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental".
No entanto, segundo a publicação, a localização da refinaria foi chumbada devido à presença de uma alcateia de lobos-ibéricos.
Contactada pela agência Lusa a Lusorecursos Portugal Lithium, a empresa que quer explorar a mina de lítio em Montalegre, distrito de Vila Real, confirmou que foi notificada sobre o parecer favorável ao projeto que prevê uma exploração mista, a céu aberto e subterrânea, bem como ao complexo de anexos mineiros, especificando que o que foi chumbada foi a sua localização.
A fonte da empresa referiu que "todos os elementos constantes no Estudo de Impacte Ambiental (EIA) têm um parecer favorável, exceto a localização do complexo de anexos mineiros, que inclui a lavaria, os edifícios administrativos e a refinaria".
Disse ainda que vai ser estudada uma solução para dar resposta às preocupações levantadas quanto a esta localização, referindo que a empresa tem agora um prazo de seis meses para apresentar essa solução que será avaliada em conjunto com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Só depois deste procedimento é que será emitida a Declaração de Impacte Ambiental (DIA).
Associação diz que parecer "é vergonhoso"
O representante da Associação Montalegre Com Vida - Contra Lítio, Armando Pinto considera que "é vergonhoso e lastimável" o parecer da Comissão de Avaliação da Mina do Romano.
À Renascença, Armando Pinto diz que "não consegue compreender" o que classifica como "uma fraude".
O representante promete que a luta contra a exploração de lítio na região vai "acentuar-se", quer no terreno, quer através dos tribunais.
Sobre o chumbo da localização da refinaria, Armando Pinto tem dúvidas que a empresa consiga arranjar um local alternativo.
"Não sei como vão arranjar uma zona industrial como a que querem representar. O que nos preocupa é que este processo tem sido feito de forma oculta e muitos atropelos e irregularidades", aponta.