Os funcionários judiciais realizam esta sexta-feira uma greve geral que pode condicionar a reabertura dos tribunais.
É mais uma etapa num protesto que se arrasta desde o início do ano por mais profissionais e melhores salários, mas a contestação não vai ficar por aqui.
À Renascença, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, António Marçal, adianta que um novo protesto vai acontecer “no dia 8, em algumas comarcas, e a partir do dia 11, de uma forma desfasada, mais paralisações irão ocorrer um pouco por todo o país”
As paralisações “não serão coincidentes nem na hora, nem no território e irão prolongar-se até 31 de dezembro, se continuar este silêncio criminoso da parte do Ministério da Justiça”, acrescenta António Marçal.
O sindicato lamenta que o ministério se mantenha mudo e não tenha nesta altura qualquer diálogo, mas diz-se disponível para desconvocar a greve mediante condições.
“As greves estão marcadas, estão convocadas, mas nós estamos abertos a fazer cessar de imediato as greves, se houver da parte do Ministério da Justiça um passo concreto que demonstre a sua vontade real de começar a resolver os problemas que, repito, a própria ministra da Justiça já disse que são justas e razoáveis”, explica.
Os protestos dos funcionários judiciais, só este ano, já levaram ao adiamento de mais de 100 mil diligências e cinco milhões de atos. Atrasos que os juízes já disseram que vão levar quase dois anos a recuperar, considerando que os danos são superiores aos verificados nos tempos de pandemia.
O Sindicato dos Funcionários Judiciais explica que os protestos visam “a integração do suplemento processual, que é algo que já está prometido há mais de 20 anos, mas que de ano para ano transita para o ano seguinte, o retomar normal de progressão na carreira e uma planificação estratégica de entrada dos novos funcionários”.