O défice caiu 84% nos primeiros quatro meses do ano, para 782 milhões de euros, indicam os dados da execução orçamental revelados esta quinta-feira.
Trata-se de uma melhoria de 4.272 milhões em comparação com o mesmo período de 2021, altura em que a pandemia teve grande impacto nas contas públicas.
Este é o primeiro mês de execução do ministro das Finanças, Fernando Medina, que vê nestes números “a melhoria da atividade económica e do mercado de trabalho bem como a redução dos encargos associados às medidas de prevenção e combate da Covid-19, em face da melhoria verificada na situação pandémica”, refere em comunicado.
Estes são valores em contabilidade pública, diferentes dos que são enviados para Bruxelas, que vão em contabilidade nacional.
Ainda assim, apontam para o crescimento da receita, que deu “um salto de 15% nestes quatro primeiros meses - o que poderá já estar influenciado parcialmente pela aceleração da taxa de inflação”.
Pelo contrário, a despesa pública caiu 1,8%, com a retirada das medidas Covid-19. Sem considerar essas medidas, a despesa cresce 2,1% em termos homólogos.
A beneficiar a despesa está ainda a redução de 11,5% com juros e outros encargos, que chega a 368 milhões.
Já o SNS continua a pesar nas contas. Agravou a despesa até abril em 6,9%, em comparação com os primeiros quatro meses de 2021.
Covid ainda pesa nas contas
O impacto é agora menor mas, até abril, as medidas de resposta à pandemia estão avaliadas em 1.461 milhões de euros.
Do lado da receita, as medidas extraordinárias chegaram aos 240 milhões, entre elas estão: a prorrogação do pagamento do IVA e o encaixe da revenda de vacinas a países terceiros.
Na despesa, o impacto é de 1.221 milhões. Destacam-se os apoios ao rendimento das famílias, ao setor da saúde e às empresas.