Foi a 5 de março de 2020 que o Sporting apresentou Rúben Amorim como novo treinador. O clube pagou ao Braga os milhões que Rúben jamais pensou que alguém pagaria.
Um ano volvido de uma carreira ainda curta e o balanço é, para já, amplamente positivo. Um sucesso que tem apanhado desprevenidos todos quantos acompanharam os primeiros passos e que seguem com entusiasmo a carreira de treinador de Rúben Amorim.
O técnico leonino, que renovou até 2024 com cláusula de rescisão de 30 milhões, deu os primeiros passos no Casa Pia, onde o Presidente Vítor Franco acedeu ao pedido de estágio com um "ele que venha que é bem-vindo".
Rúben tinha acabado de "pendurado as botas", depois de uma carreira em alguns do principais emblemas portugueses e com estatuto de internacional. No entanto, o início não foi o desejado, já que por força de não ter a qualificação requerida, a Associação de Treinadores lançou sobre Amorim uma guerra que o levou a não terminar o estágio.
Apesar do pouco tempo no clube lisboeta, deixou um rasto de competência, respeito e amizade, além de "uns pontapés nas paredes e nos muros", e o espanto de uma ascensão "supersónica" que o presidente do Casa Pia sublinha ao ponto de ele próprio, não sendo sportinguista, "também andar a puxar" pelo emblema de Alvalade.
Curiosa é ainda a visão de alguém que foi colega de equipa e mais tarde pupilo de Rúben Amorim. Evandro Roncatto, brasileiro que partilhou o balneário no Belenenses com o jogador Rúben e no Casa Pia com "o Mister Amorim". Uma mudança nem sempre fácil de assumir, mas sempre cordial e respeitosa. Roncatto assume que os famosos 10 milhões "ainda vão sair baratos" e manifesta a convicção de que o treinador é agora "mais sportinguista que benfiquista".
Apesar dessa simpatia clubista, Dias Ferreira acredita que se agora surgisse um convite da Luz, Rúben rejeitaria. O antigo dirigente do Sporting assume que teve algumas reservas sobre o valor pago pela sua contratação, mas hoje, perante os resultados, aplaude o investimento de Frederico Varandas.
Dias Ferreria recorda "o dinheiro deitado à rua" com contratações recentes, em contraste com a "aposta de muito risco", mas que revelou ser acertada e que, por isso mesmo, "há que louvar".
Amorim é comparado a Jurgen Klopp, "não fisicamente", mas o ex-dirigente mostra-se deliciado ao ver uma equipa que "está feliz, os jogadores gostam do treinador e uns dos outros" e, acima de tudo, que uniu um clube dividido. Consegui-o "com o seu discurso e com o seu comportamento", além dos resultados que têm ajudado aos bons ventos que sopram em Alvalade.
Dias Ferreira já não dispensa as conferências de imprensa do seu treinador, sejam antes ou depois do jogos, tem tudo "apontado na agenda para não se esquecer". A terminar um desejo em forma de pedido: "Olha Rúben Amorim: quero dizer que sim, por muito anos!"