Bastonário dos médicos pede “um consenso” para evitar greve
12-04-2017 - 07:01

Miguel Guimarães sustenta que há razões que justificam a greve nacional marcada para Maio e pede ao ministro da Saúde que se empenhe na obtenção de "um consenso que permita resolver esta situação da melhor forma”.

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, não duvida de que existem, neste momento, razões para os médicos fazerem greve e deixa, por isso, um apelo ao ministro da Saúde, para "que crie o consenso necessário para que a greve não seja necessária".

"Era fundamental que o nosso ministro entendesse algumas destas questões essenciais” indicadas pelos “nossos colegas dos sindicatos", diz o bastonário, salientando que seria "importante" conseguir "estabelecer um consenso que permitisse resolver esta situação da melhor forma”, afirmou Miguel Guimarães, no final da reunião do Fórum Médico, em Lisboa.

O Fórum Médico reúne as associações sindicais dos médicos e outras associações médicas, tendo sido no final dessa reunião que também foi anunciada a decisão de marcar uma greve para os dias 10 e 11 de Maio.

“As razões são muitas e muitas delas têm a ver com o que é a qualidade do exercício da medicina, nomeadamente, em termos do que é o respeito e a dignidade que os profissionais de saúde merecem e que não têm tido", explicou o bastonário.

Entre as medidas essenciais que a classe reclama, pede-se que seja encontrada solução para "os tempos excessivamente curtos que os médicos e os doentes têm um para o outro".

Miguel Guimarães sublinha que há muitos profissionais em situação de “burnout” (cansaço e stress profissional extremo), o que aumenta a possibilidade de cometer erros. Também por isso, o bastonário considera essencial diminuir a lista de utentes por cada médico de família, bem como tomar medidas para fixar os jovens médicos, evitando que emigrem ou se afastem para o sector privado.

Entre as reivindicações dos sindicatos que anunciaram a greve está a questão da reposição do pagamento das horas de trabalho extraordinário, já que os médicos estão a receber apenas 50% desde 2012.

A degradação da qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é outro dos motivos apontados pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM).