O PSD quer “revisitar” três capítulos da Lei de Bases da saúde e caso o PS aceite essa “revisitação”, haverá possibilidade para continuar as conversas tendo em vista um consenso. As condições foram anunciadas esta terça-feira pelo presidente do PSD, Rui Rio, numa conferência de imprensa, no Porto, depois de uma reunião com o Conselho de Reitores.
Os capítulos que Rio quer “revisitar” são as bases sobre os direitos dos cidadãos, sobre a saúde pública e bem-estar e sobre o modo de gestão. Recorde-se que, na semana passada, como a Renascença noticiou, o PS e o PSD iniciaram conversas para um eventual consenso sobre a lei de bases depois de se verificar que não era possível um consenso à esquerda devido às divisões sobre a continuação ou não de parcerias público-privadas.
O PSD tinha ficado de indicar quais os pontos em que gostaria de ter propostas suas aprovadas, mesmo que fossem propostas já rejeitadas nas votações indiciárias que foram acontecendo no grupo de trabalho que tem estado a tratar desta lei. Agora, Rio indicou quais os capítulos que quer discutir e explicou que, caso o PS aceite “revisitar” essas bases, então há condições para uma negociação mais pormenorizada.
“Aquilo que estamos a dizer é são estas três áreas que queremos revisitar. Se o PS dizer que sim, então em cada uma destas três áreas é que vão aparecer os pontos concretos. Se o PS, disser que não, então nem aparecem”, disse o presidente do PSD, garantindo que não há linhas vermelhas: “Não temos pontos dos quais não abdicamos, estamos abertos à negociação.”
Uma dessas bases é a que prevê a existência de PPP, ponto em que PS não se entende com a esquerda, mas em que se entenderá com o PSD, que também vê aquela via como uma forma excecional de gestão. “Isto não quer dizer que o PSD entende que o Serviço Nacional de Saúde deve ser privatizado. Nem de longe, nem de perto. As PPP são uma exceção, não podem é ser barradas por motivos ideológicos”, esclareceu Rui Rio.
O líder do PSD garante que está neste processo “numa atitude de colaboração em nome do interesse do país” porque é assim que entende a política. “Não vejo a política como as massas associativas do futebol. Quando o povo português elege políticos, elege deputados, não é para andarem à guerra, é para resolverem problemas”, afirmou numa conferência de imprensa em que também abordou outros assuntos, como a preparação da próxima campanha eleitoral e a proposta do PSD para a composição do Conselho Superior do Ministério Público.
Quanto à campanha, disse que é preciso “criatividade” e acredita que os outros partidos também estão preocupados com a necessidade de fazer diferente para chegar melhor às pessoas.
[Notícia atualizada às 17h56]