“Jihadileaks”. Há cinco combatentes do Estado Islâmico com ligações a Portugal
15-03-2016 - 08:18

Dissidente entregou milhares de documentos à Sky News. Entre os dados estão nomes, moradas, números de telefone e contactos de cerca de 22 mil elementos do grupo terrorista.

Há cinco jihadistas com ligações a Portugal que constam da lista com os ficheiros secretos do autoproclamado Estado Islâmico.

A lista divulgada, na semana passada pela televisão britânica Sky News, tem sido investigada pelo semanário “Expresso”, que adianta a notícia.

Três desses cinco jihadistas são portugueses. Da lista constam ainda dois cidadãos estrangeiros que passaram por Portugal, antes de se alistarem no grupo terrorista.

Sandro Monteiro, de 36 anos, e o amigo Nero Saraiva, de 30 anos, são dois dos jihadistas portugueses que surgem nas listas. O terceiro homem é Ismael Omar Mostefai, o lusodescendente de 29 anos que matou 90 pessoas no atentado ao Bataclan em Paris e que, em seguida, se matou, segundo o jornal.

Os outros dois militantes não são portugueses mas indicaram às chefias do EI terem passado pelo país antes de se alistarem na organização terrorista: um é marroquino e o outro tem nacionalidade dinamarquesa.

O documento contém dados pessoais de cerca de 22 mil alegados terroristas, de mais de 50 países, que se alistaram no Estado Islâmico nos últimos anos. De acordo com a Sky News, foi um dissidente arrependido do movimento jihadista que entregou a documentação em suporte informático, que terá sido roubada da direcção da polícia de segurança interna do grupo.

O formulário tem 23 perguntas, que passam pelo nome, a data e local de nascimento, a morada, as habilitações e o tipo de sangue, mas também por questões sobre o grau de conhecimentos que o candidato tem da "jihad" ou experiências anteriores de envolvimento em actividades extremistas.

Muitos dos jihadistas encontram-se na Europa ocidental, nos Estados Unidos, no Canadá, no Magreb e no Médio Oriente.

As autoridades portuguesas estão a analisar a lista com dados de elementos alegadamente ligados ao autoproclamado Estado Islâmico, segundo confirmou a ministra da Administração Interna. Constança Urbano de Sousa referiu que não é de esperar “nenhuma novidade” quanto a cidadãos portugueses envolvidos.