As futebolistas Alexia Putellas, Irene Paredes e Misa Rodríguez confirmaram diante do juiz, esta segunda-feira, as pressões que a sua colega de seleção Jenni Hermoso sofreu da parte de Luís Rubiales.
As três internacionais espanholas confirmaram a situação ao juiz da Audiência Nacional, que investiga o ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) por delitos de agressão sexual e coação para com Hermoso. Alexia, Paredes e Misa revelaram que a companheira de equipa e os que lhe eram mais próximos foram pressionados pelo dirigente para referirem que o gesto tinha sido consensual.
As jogadoras estiveram no Mundial 2023, que a Espanha ganhou. Nas celebrações, Rubiales beijou Jenni Hermoso, alegadamente sem consentimento.
As três jogadoras prestaram declarações durante cerca de uma hora. Alexia e Paredes fizeram os depoimentos por videoconferência, desde as instalações judiciais em Barcelona, onde jogam. Misa, do Real Madrid, apresentou-se na Audiência Nacional, em Madrid.
No âmbito da investigação às acusações que recaem sobre Rubiales, o ex-selecionador Jorge Vilda e o diretor de marketing da Federação, Rúben Rivera, deverão ser ouvidos a 10 de outubro, e o diretor da equipa, Albert Luque, no dia 16.
Já na parte final do mês, a 20 e 27 de outubro, estão marcadas audiências com o selecionador masculino Luís de La Fuente, o ex-diretor de comunicação, o assessor do gabinete de Rubiales, entre outras testemunhas.
Rubiales compareceu em audiência a 15 de setembro, data em que respondeu às perguntas durante 45 minutos, no âmbito das queixas que recaem sobre si.
A final, disputada em Sydney, ficou marcada pelo beijo na boca que o então presidente da RFEF deu a Jenni, durante as celebrações da vitória no estádio, e que a avançada tem reiterado não ter sido consentido.
O comportamento de Rubiales valeu-lhe a abertura de processos disciplinares pelo Tribunal Administrativo do Desporto de Espanha e por parte da FIFA, que o suspendeu do cargo durante 90 dias.
A jogadora apresentou, por seu turno, uma queixa na justiça por agressão sexual de Rubiales, que inicialmente recusou demitir-se da RFEF, mas acabou por fazê-lo a 10 de setembro.