Técnicos do INEM suspendem greve. Os problemas estão todos resolvidos?
08-11-2024 - 07:55
 • André Rodrigues

Os técnicos de emergência pré-hospitalar alegam escassez de recursos humanos.

Foi suspensa a greve no INEM às horas extraordinárias. O anúncio foi feito pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência, depois da reunião no Ministério da Saúde.

No entanto, ainda não há acordo entre o Governo e os trabalhadores.

O Explicador Renascença esclarece.

Estão resolvidos todos os problemas?

Ainda não, pelo menos, no imediato. Continuam a verificar-se atrasos no atendimento da linha 112.

Os técnicos de emergência pré-hospitalar alegam escassez de recursos humanos - e esse é um problema que não se resolve de um dia para o outro.

Desde o dia 31 de outubro, portanto no espaço de uma semana, oito pessoas morreram, alegadamente devido a atrasos no encaminhamento de chamadas para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes.

Houve acordo entre o Governo e os técnicos do INEM?

Houve uma aproximação sobre a necessidade de rever as carreiras e valorizar salários. Uma aproximação que não é um acordo definitivo, mas que, por agora, suspende a greve às horas extraordinárias que estava em curso desde 30 de outubro.

Ou seja, depois de levantada a greve, os técnicos de emergência pré-hospitalar avançam para as negociações.

A primeira reunião com a ministra Ana Paula Martins está prevista para 21 de novembro.

Há relação entre esta greve e as mortes ocorridas?

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar entende que não. Aliás, Rui Lázaro defende que, sendo uma greve às horas extraordinárias, o impacto é diminuto.

Logo, no entendimento deste sindicalista, não existe uma relação de causa-efeito entre a greve e as oito mortes ocorridas no espaço de uma semana.

Seja como for, a verdade é que na passada segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de mais de 40 meios de socorro no país durante o turno da tarde, o que agravou os atrasos no atendimento da linha 112.

Há alguma investigação?

Pelo menos, num dos casos sim. A Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito à morte de uma mulher em Almada, que terá acontecido devido ao atraso na resposta do INEM.

A mulher sentiu-se mal enquanto estava a ser ouvida em tribunal e, após várias tentativas de ligação sem êxito para o 112, acabou por ser a PSP a transportá-la para o Hospital Garcia de Orta, onde acabou por morrer.