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A audição à presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, na comissão parlamentar de inquérito fica marcada pela divulgação de um pedido do ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes para alterar um voo do Presidente da República a Moçambique.
O objetivo do pedido seria agradar a Marcelo Rebelo de Sousa, descrito como "o nosso maior aliado político".
A mensagem do ex-secretário de Estado foi lida, esta terça-feira, na comissão de inquérito, pelo deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal (IL).
"Bom dia, sei que isto é um incómodo para ti, mas não podemos mesmo perder o apoio político do Presidente da República. Ele tem-nos apoiado no que diz respeito à TAP, mas se o humor dele mudar, tudo se perde. Uma frase dele contra a TAP ou o Governo e ele empurra o resto do país contra nós. Não estou a exagerar. Ele é o nosso principal aliado político, mas pode transformar-se no nosso pior pesadelo", citou Bernardo Blanco.
A presidente executiva da companhia aérea foi questionada sobre a viagem do Presidente da República, a Moçambique, realizada em março do ano passado, em que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes pediu para mudar o voo de Marcelo Rebelo de Sousa.
Christine Ourmières-Widener disse que "desconfiou do pedido" e certificou-se que a antecipação do voo não veio do Palácio de Belém.
"Não fiquei surpreendida deste pedido não ter origem na Presidência da República, mas talvez de alguém no processo que achou que era uma boa ideia. Este voo não foi alterado e o Presidente encontrou outra solução. Não fiquei surpreendida, o Presidente nunca nos pediria para alterarmos um voo. Neste caso teria impacto em mais de 200 passageiros", disse aos deputados a CEO da TAP.