50 mil civis à espera de saírem de Mariupol
22-04-2022 - 11:21
 • Olímpia Mairos

Autarca da cidade apela à retida total da população. “Por causa do perigo”, esta sexta-feira, não haverá corredores humanitários.

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A vice-primeira-ministra da Ucrânia disse à Sky News que 50 mil civis permanecem encurralados na cidade de Mariupol.

Iryna Vereshchuk revelou que apenas uma fração dos civis que deviam ter sido retirados da cidade esta quinta-feira conseguiram efetivamente sair de Mariupol.

“A missão não está cumprida. Abrimos um corredor verde para milhares de pessoas e esperávamos pelo menos cinco mil pessoas. Temos apenas 79 pessoas. Isto é o que a Rússia faz”, acrescentou.

Segundo a vice-primeira-ministra da Ucrânia esta sexta-feira não haverá corredores humanitários “por causa do perigo”.

“Dado o perigo nas rotas de hoje, não haverá corredores humanitários. A todos os que esperam para ser retirados: sejam pacientes, por favor esperem”, escreveu Iryna Vereshchuk no Facebook.

Autarca de Mariupol apela a “evacuação total” da cidade

O autarca da cidade pediu uma “evacuação total” da cidade portuária, palco do pior desastre humanitário da Ucrânia.

“Precisamos apenas de uma coisa - a evacuação total da população. Cerca de 100 mil pessoas permanecem em Mariupol”, disse Vadym Boychenko na televisão ucraniana, citado na Reuters.

Os combatentes ucranianos lutam contra as tropas russas na cidade portuária há quase dois meses, mas atualmente estão concentrados na fábrica Azovstal.

Imagens de satélite apontam para a possível existência de mais de 200 valas comuns em Manhush. O autarca de Mariupol estima que possam estar enterrados até nove mil civis em valas comuns naquela vila, mas que no total 20 mil ucranianos possam ter sido mortos na área.

As fotografias divulgadas esta quinta-feira surgiram horas depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter reclamado vitória na batalha por Mariupol, apesar de cerca de 2.000 combatentes ucranianos ainda se encontrarem barricados numa siderurgia.

As imagens mostram longas filas de sepulturas que se afastam de um cemitério existente na cidade de Manhush, fora de Mariupol.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.