A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai analisar as revelações do Luanda Leaks, que acusam a empresária angolana Isabel dos Santos de desviar dinheiro da Sonangol.
“O Ministério Público não deixará de analisar toda a informação que tem vindo a público e de desencadear os procedimentos adequados no âmbito das suas atribuições”, garante a PGR, em resposta enviada à Renascença.
A Procuradoria-Geral da República de Portugal mantém uma “estreita colaboração” com a sua congénere angolana, refere o comunicado, “tendo renovado em 26 de abril de 2019 o Acordo Adicional ao Acordo de Cooperação com a Procuradoria-Geral da República de Angola”.
“Neste, como em todos os outros casos, dará seguimento aos pedidos de cooperação judiciária internacional que lhe sejam dirigidos”, frisa a entidade liderada por Lucília Gago.
O procurador-geral de Angola promete fazer "todos os possíveis" para repatriar Isabel dos Santos, acusada de desviar milhões de dólares de dinheiro público.
Em entrevista à Radio Nacional de Angola, Hélder Pitta Grós diz mesmo que irá ativar mecanismos internacionais.
Um consórcio de jornalismo de investigação revelou, no domingo, mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de "Luanda Leaks", que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que estarão na origem da fortuna da família.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que integra vários órgãos de comunicação social, entre os quais o Expresso e a SIC, analisou, ao longo de vários meses, 356 gigabytes de dados relativos aos negócios de Isabel dos Santos entre 1980 e 2018, que ajudam a reconstruir o caminho que levou a filha do ex-presidente angolano a tornar-se a mulher mais rica de África.