Angola pede respeito a Portugal
23-10-2013 - 22:47

Ministro das Relações Externas avisa que o Governo de Luanda pode começar a olhar para outros parceiros, como África do Sul, China ou Brasil.

Portugal deve respeitar Angola e gerir melhor a relação entre os dois países, afirma o ministro angolano das Relações Exteriores.

“Tem que haver por parte de Portugal algum respeito pelas entidades angolanas e, talvez, conseguir gerir bem esta relação, o que não tem sido a prática”, disse Georges Chicoti, em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA).

O ministro avisa mesmo que o Governo de Luanda pode começar a olhar para outros parceiros, elegendo a África do Sul, a China ou o Brasil como alternativas.

“O clima político hoje não permite a elaboração de uma política como essa. Então, Angola vai olhar para outros horizontes e vai pensar a sua política externa com outras prioridades. Temos outros parceiros também ou muito mais importantes", salientou Georges Chikoti.

Questionado se a cimeira Luso-Angolana vai realizar-se em Fevereiro do próximo ano, Georges Chicoti respondeu: “Não tenho muita certeza”.

O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou no passado dia 15 deste mês o fim da parceria estratégica com Portugal, durante o discurso sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional de Angola.

“Só com Portugal, as coisas não estão bem. Têm surgido incompreensões ao nível da cúpula e o clima político actual, reinante nessa relação, não aconselha à construção da parceria estratégica antes anunciada”, declarou o governante, na sequência de notícias em Portugal sobre investigações a dirigentes angolanos.

Em meados de Setembro, o ministro português dos Negócios Estrangeiros pediu desculpa a Luanda por investigações do Ministério Público português a empresários angolanos.  
 
Rui Machete disse à Rádio Nacional de Angola (RNA) que as investigações não eram mais do que burocracias e formulários referentes a negócios de figuras do regime angolano em Portugal, declarações que levaram a oposição a pedir a demissão do ministro.

[notícia actualizada às 00h25]