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Salvador Sobral está a recuperar bem do transplante de coração a que foi submetido em dezembro do ano passado e prepara-se para atuar em maio no Festival Eurovisão da Canção, que se realiza no Parque das Nações, em Lisboa.
Em entrevista à RTP, diz não saber descrever o que sentiu quando acordou. “Não poderia descrever em palavras, é impossível”. Visivelmente emocionado, Salvador Sobral não escondeu o medo que sentiu: “Seria um cubo de gelo se não tivesse medo”.
Mas tudo correu bem. “Tinha este problema que agora está resolvido. Então vamos lá começar a tocar, que é o que eu gosto de fazer”, disse o cantor.
Foi graças à sua vitória na edição anterior daquele festival que Portugal ganhou, pela primeira vez, a Eurovisão e recebe agora o evento. Ainda assim, o cantor diz que não gosta que lhe sejam atribuídas responsabilidades.
Influência da operação
Salvador Sobral admite que, durante o pós-operatório, “a voz ficou mais frágil”, mas que esta é a única mudança que vê em relação à música. O resto, “a forma de compor, está igual”.
“O coração é um músculo, a alma é a mesma”, afirmou Salvador Sobral, que assume estar “totalmente igual ao Salvador que era antes da operação”.
Para já, o cantor não quer conhecer a origem do coração, mas admitiu que possa vir a mudar de ideias no futuro.
Duas experiências únicas
O vencedor do Festival Eurovisão da Canção destaca as duas experiências únicas que viveu: a Eurovisão e a operação. Para o cantor, 2017 foi “o ano mais díspar que alguém podia imaginar”.
Sobre o futuro, Salvador não quis fazer grandes previsões. Admitiu que “todas as vivências influenciam”, mas ainda é cedo para afirmar de que forma o que viveu vai influenciar sua música.
Para já, pensa no futuro mais imediato e no regresso aos palcos, que está marcado para os Açores e a Madeira.
Assumindo-se sobretudo como intérprete e não tanto como compositor, tem já nos planos o segundo disco, que conta com convidados especiais que admira, entre os quais os escritores Gonçalo M. Tavares e Miguel Esteves Cardoso e os compositores Mário Laginha e Samuel Úria.