Os Estados Unidos e a China, os maiores emissores de gases com efeito de estufa, anunciaram hoje que vão ratificar o acordo de Paris para travar as alterações climáticas.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, entregaram uma declaração conjunta ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que está na China para testemunhar o importante anúncio.
A ratificação pelos dois maiores emissores de gases com efeito de estufa pode levar o acordo de Paris a entrar em vigor até ao final do ano.
Os EUA e a China também se comprometem a cooperar com
outros dois acordos ambientais, um relativo às emissões do sector aeronáutico e
outro para travar a emissão de gases com impacto na camada de ozono.
Brian Deese, conselheiro de Barack Obama para questões ambientais, espera que esta tomada de posição dos Estados Unidos e da China leve outros países a ratificar o acordo, como a Índia, o Brasil ou o Canadá.
Obama vai reunir-se com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, à margem da cimeira do G20, em Hangzhou, na China, que decorre este fim-de-semana.
O acordo de Paris foi rubricado por quase 200 países em
Dezembro do ano passado. O objectivo é reduzir as emissões de gases com efeito
de estufa e manter o aumentos da temperatura do planeta abaixo dos 2º graus
Celsius.
Os especialistas alertam que este objectivo está em risco
e a agência meteorológica da ONU avança que 2016 está a ser um dos anos mais
quentes desde que há registos.
"Dia histórico"
Para a associação ambientalista ZERO, "as ratificações do Acordo de Paris hoje anunciadas pela China (com emissões de 7,5 mil milhões de toneladas/ano, cerca de 20% do total global – Portugal tem emissões de cerca de 65 milhões de toneladas/ano) e pelos Estados Unidos da América (que representam 18% das emissões globais), torna o dia de hoje histórico".
A ZERO sublinha, em comunicado, que "a União Europeia, responsável por 12% das emissões globais, terá um Conselho Europeu de Ambiente, onde a ratificação do Acordo de Paris será discutida como um objectivo prioritário a acontecer antes de entrada em vigor do Acordo".
"A entrada em vigor do Acordo de Paris acontecerá quando houver 55 países responsáveis por 55% das emissões globais que tenham ratificado o acordo. Ora, com China, EUA e União Europeia, a acrescentar aos 24 países que já ratificaram o Acordo (mas que no entanto representam apenas 1% das emissões), estaremos em 51% o que torna possível que Paris seja viabilizado ainda em 2016, 4 anos antes do inicialmente previsto quando aprovado em Dezembro de 2015", sublinha a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável.