Dezenas de milhares de residentes no sudeste da Austrália foram aconselhados a deixar as suas casas esta terça-feira devido a uma intensa onda de calor. Segundo as autoridades australianas, o calor pode fomentar ainda mais um incêndio florestal de grandes proporções no estado de Victoria, região que enfrenta as piores condições em quatro anos.
Grande parte de Victoria está sob avisos máximos de incêndio. A região de Wimmera, no oeste, está sob alerta de catástrofe, o nível máximo. Mildura, uma cidade rural com cerca de 56.000 habitantes, pode atingir 45 graus Celsius, segundo os responsáveis australianos de meteorologia.
Foi ainda identificada uma possível zona de impacto de incêndios, que abrange várias cidades rurais, e as autoridades pediram a cerca de 30 mil habitantes que abandonassem as suas casas até à noite desta terça-feira - que é a manhã de quarta-feira na Austrália.
"Hoje será um dia muito desafiante para os bombeiros", disse Jason Heffernan, chefe do corpo de bombeiros de Victoria, à rede de televisão ABC.
O responsável avisou que esta quarta-feira é "um daqueles dias em que as comunidades podem precisar de tomar medidas imediatas num prazo muito curto".
Centenas de bombeiros estão a lutar contra um incêndio de grandes proporções perto da cidade de Ballarat, 95 km a oeste de Melbourne. O incêndio, que começou na última quinta-feira, já destruiu seis casas, matou animais e queimou mais de 20 mil hectares de floresta.
As autoridades preveem a chegada de onda de calor com origem no interior (outback) da Austrália, passando por Victoria antes de se deslocar para leste na quinta-feira.
Heffernan pediu que os cidadãos reconsiderem qualquer decisão de ficar em casa para proteger a sua habitação.
"A menos que a sua propriedade esteja imaculadamente preparada, que tenha recursos de combate a incêndios disponíveis e esteja em forma e mentalmente capaz de sustentar um combate a incêndio de longa duração, o meu conselho veemente à comunidade é que saia antes", declarou o responsável dos bombeiros do estado de Victoria.