O Papa diz que a solidariedade é o melhor caminho para se sair da crise pandémica. No regresso das audiências com fiéis, nesta quarta-feira, Francisco alertou para as mudanças superficiais neste tempo.
“Não se sai da mesma forma de uma crise e a pandemia é uma crise. De uma crise pode-se sair melhor ou pior. Temos de escolher. E a solidariedade é a melhor saída da crise. Não com mudanças superficiais, com umas pinceladas e está tudo bem. Não. Melhor”, desafiou.
“Uma solidariedade guiada pela fé permite-nos traduzir o amor de Deus na nossa cultura globalizada; não construindo torres ou muros que dividem e depois desabam, mas tecendo comunidades e apoiando processos de crescimento verdadeiramente humanos e sólidos”, concretizou o Papa.
“Ou seguimos em frente pelo caminho da solidariedade ou as coisas irão piorar. Quero repetir: de uma crise não sai como antes”.
Esta primeira audiência pública desde o início da pandemia, realizada no Pátio de São Dâmaso, contou com 500 pessoas.
“Depois de tantos meses, retomamos nosso encontro face a face e não ‘tela a tela’”, disse Francisco com manifesta alegria ao iniciar a catequese.
Antes, ao sair do automóvel, foi recebido com aplausos e ainda conversou com alguns fiéis, mantendo a devida distância de segurança.
Num dos momentos altos do encontro, o Papa fez um apelo à unidade dos católicos no Líbano – isto, depois de um sacerdote libanês lhe apresentado uma bandeira do país.
Francisco segurou-a, beijou-a e deixou o apelo em prol do país abalado pela violenta explosão no porto de Beirute e uma grave crise político-económica.
O Papa pediu ainda à Igreja de todo o mundo que faça um dia de jejum e oração na próxima sexta-feira.