O julgamento do caso da morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi não passou de uma “farsa” de justiça, acusa a relatora especial das Nações Unidas, Agnes Callamard.
A investigadora critica o facto de os mandantes do assassinato de Jamal Khashoggi terem escapado impunes.
“Os assassinos são culpados, foram sentenciados à morte. Os mentores não só ficam em liberdade, como mal foram tocados pela investigação e pelo julgamento”, escreveu Agnes Callamard na rede social Twitter.
Um relatório das Nações Unidas, divulgado em junho deste ano, responsabilizava o príncipe regente da Arábia Saudita pela morte do jornalista e ativista Jamal Khashoggi.
Na altura, a investigadora Agnes Callamard, relatora especial da ONU para execuções extrajudiciais, concluiu que “Khashoggi foi vítima de uma execução extrajudicial deliberada e premeditada, pela qual o Estado da Arábia Saudita é responsável, ao abrigo da legislação internacional dos direitos humanos.”
A justiça da Arábia Saudita condenou esta segunda-feira cinco pessoas à pena de morte pelo homicídio de Jamal Khashoggi, ocorrido em outubro de 2018. O crime aconteceu no consulado em Istambul, na Turquia.
Três suspeitos receberam uma sentença de 24 anos de prisão e outros três foram ilibados.
O tribunal saudita rejeitou as conclusões de uma investigação das Nações Unidas e considerou que o assassinato não foi planeado, mas sim “no calor do momento”.
Um oficial da Administração Trump disse que a sentença é um “passo importante” para que se faça justiça no caso da morte do jornalista, que estava exilado no Estados Unidos e que se deslocou a Istambul para tratar de documentos para o casamento.
Outra fonte norte-americana garantiu que Washington vai continuar a pressionar a Arábia Saudita para que todos os responsáveis sejam levados perante a justiça.