O primeiro-ministro, António Costa, não vai discursar na Conferência do Clima, em Paris. O novo chefe do Governo estará presente na manhã desta segunda-feira, na sessão de abertura dos trabalhos, onde estão os chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, mas não vai tomar a palavra no painel de intervenções dos líderes políticos.
A Renascença apurou junto do gabinete do primeiro-ministro que Costa tentou uma inscrição de última hora, mas foi-lhe negada pelas Nações Unidas. Este caso coloca dúvidas sobre a forma como se procedeu à transição entre governos, de forma a poder inscrever o chefe do Executivo numa conferência desta dimensão, cuja data era conhecida há muito tempo.
Os líderes mundiais dispoem de três minutos para um intervenção em nome do seu país, no segmento de alto nível. No formato desenhado para a Conferência de Paris, os chefes de governo comparecem no inicio da cimeira para sinalizarem o seu empenho num resultado positivo deste encontro. A opção da diplomacia francesa foi tomada após o falhanço da Conferência de Copenhaga que em 2009 viu chegar os líderes mundiais sem um acordo já fechado ao nível ministerial.
No contexto das Conferências do Clima, o negociador político é o ministro do Ambiente. João Pedro Matos Fernandes vai liderar a delegação portuguesa no segmento ministerial, após trabalhos técnicos de negociação que vão prosseguir durante uma semana.
Sem o discurso de António Costa, Portugal fica reduzido a uma única declaração política de alto nível, a ser proferida na próxima semana pelo novo ministro do Ambiente.