Bloco admite comissão de inquérito à Caixa, mas prefere esperar
07-06-2016 - 15:14

A deputada Mariana Mortágua admite um escrutínio do parlamento mas sublinha a necessidade de cautela com as declarações públicas sobre a Caixa Geral de Depósitos.

O Bloco de Esquerda não afasta a possibilidade de sugerir uma comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas primeiro quer conhecer o plano de recapitalização do banco público e as razões que justificam essa operação.

A deputada Mariana Mortágua admite um escrutínio do parlamento às contas da CGD, mas diz ser necessário esperar para ver. “Sem conhecer o plano de recapitalização, sem haver nenhum facto, sem haver nenhum dado novo sobre a mesa – isto não quer dizer que não escrutinemos a Caixa – acho que é um bocadinho irresponsável estar a falar levianamente de uma comissão de inquérito.”

“Não estou a afastar a possibilidade de escrutínio, mas todas as comissões de inquérito que existiram aos bancos foi depois de terem falido, uma comissão de inquérito ao mesmo tempo que o banco está a funcionar é no mínimo complicado. Por isso não estou a afastar nenhuma questão, mas apelava a que as propostas fossem feitas de forma séria e responsável”, acrescenta Mariana Mortágua.

A deputada bloquista acrescenta ser preciso cautela com as declarações públicas sobre a Caixa Geral de Depósitos e lembra que declarações infundadas podem pôr em causa a estabilidade do banco público. “Há uma diferença em relação aos outros bancos. A Caixa é um banco público, presta contas ao parlamento de uma forma que nenhum outro banco privado faz.”

“É um banco estável”, continua, “aliás é dos bancos mais estáveis do sistema e acho que temos de ter muito cuidado com as declarações, muitas vezes infundadas, e com as desconfianças que se estão a levantar, sem fundamento, podem por em causa a estabilidade da Caixa”.