Governo quer atrair "investimentos industriais" para o Médio Tejo
30-11-2021 - 07:00
 • Sandra Afonso , João Malheiro

Ministro do Ambiente revela que vão disponibilizar 90 milhões de fundos europeus para as regiões afetadas pelo encerramento da refinaria de Matosinhos e das centrais termoelétricas a carvão do Pego e Sines.

É publicado esta terça-feira o aviso para o Médio Tejo, aberto até 17 de dezembro, para "identificar investimentos industriais" neste território.

Em entrevista à Renascença, o ministro do Ambiente e da Transição Energética garante que já conhece "alguns empresários" interessados e que "mais serão quando os investidores perceberem que há condições privilegiadas".

O governante garante ainda apoio salarial aos trabalhadores. "Nenhum trabalhador, seja da Tejo Energia, seja de empresas que têm contratos continuados com a Tejo Energia, nenhum desses trabalhadores vai ter quebra salarial, se aceitar participar num programa de formação profissional e de requalificação das suas competências profissionais", afirma.

"As competências são essenciais para que possamos ter uma oferta qualificada de trabalhadores para os novos projetos", explica, ainda.

Os primeiros 28 trabalhadores da Tejo Energia vão poder aceitar esta opção, a partir de 15 de dezembro.

João Matos Fernandes acredita que todos "vão aceitar" e que esta mão de obra "vai ser essencial nos próximos anos".

E realça que já foi publicada a portaria que antecipa 90 milhões de euros, através de uma operação do Ministério das Finanças, para o que será o fundo de uma "transição justa".

"Serão disponíveis estes 90 milhões no Alentejo Litoral, Médio Tejo e Área Metropolitana do Porto, para cada um configurar os avisos para os apoios mais ajustados a cada território", explica.


"Vamos passar a importar virtualmente zero energia"

O ministro do Ambiente e da Transição Energética acredita que a construção da Central Solar é um passo importante para produzir energia barata. "A forma mais barata de produzir energia em Portugal é através de energias renováveis."

João Matos Fernandes indica ainda que Portugal vai passar "a importar virtualmente zero energia".

"Hoje importamos 100% de energia. O carvão é todo ele energia. Vamos deixar de o fazer", diz.

Explica ainda que o preço de eletricidade do mercado regulado "vai baixar os preços em 3,4%" e quase todos os fornecedores do mercado não regulado, "com uma exceção", vão acompanhar este preço.

"Nos últimos três anos, a eletricidade em Portugal baixou mais de 5%. Temos hoje um preço inferior a Espanha e muito inferior à zona Euro. Estes projetos ao entrar em funcionamento vão poupar mais de mil milhões de euros aos portugueses, em 15 anos."