O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, falou, esta terça-feira, ao fim de uma semana em silêncio, sobre o caso do assalto a Tancos para dizer que o momento que se vive na Polícia Judiciária Militar (PJM) é "sensível".
“As circunstâncias de hoje são sensíveis e conhecidas de todos, não sendo necessário repisá-las”, afirmou Azeredo Lopes, durante a cerimónia de tomada de posse do novo diretor daquela polícia, comandante Paulo Isabel.
“Essas circunstâncias fazem com que o senhor diretor geral da Polícia Judiciária Militar cessante, o senhor coronel Luís Augusto Vieira, cuja presunção de inocência não se belisca, não disponha agora das condições factuais e de natureza objetiva para desempenhar as funções para as quais fora designado”, continuou o ministro.
Azeredo Lopes sublinhou, logo de seguida, o "empenho desinteressado" do coronel Marques Alexandre, diretor da Unidade de Investigação Criminal da PJM, que assumiu a direção da instituição quando o coronel Luís Vieira foi detido, no âmbito da investigação ao aparecimento do material de guerra furtado em Tancos.
Assegurada a normalidade
O comandante Paulo Isabel assumiu as novas funções em regime de substituição, mas com o ministro da Defesa a assinalar que está assegurada a "normalidade e a estabilidade" da instituição.
No breve discurso que fez após a tomada de posse, no salão nobre do Ministério da Defesa, o ministro defendeu o "valor" da Polícia Judiciária Militar e considerou que o novo diretor vai enfrentar "circunstâncias exigentes".
"Uma instituição que, enquanto tal, é um capital de valor. Uma instituição que, enquanto tal, dá, como sempre deu, o seu contributo para o património comum dos valores que fazem e asseguram um Estado de Direito", disse.
"Fá-lo, estou certo, com grande coragem e sentido de missão", acrescentou.
O despacho de nomeação do novo diretor da PJM refere que "se deu a vacatura do lugar" e que o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Isabel "pela sua aptidão e experiência profissional tem o perfil pessoal e profissional para se alcançar os objetivos" pretendidos para aquela instituição policial, que funciona hierarquicamente na dependência do ministro da Defesa.
Dirigindo-se ao novo diretor da PJM, em funções a partir de hoje, Azeredo Lopes disse que "não se escamoteiam as circunstâncias exigentes" que o esperam.
Contudo, frisou, "não se abdica da esperança nem da determinação a que sempre incita um desafio, como outros que com muito mérito enfrentou ao longo da sua carreira militar".