O PS considerou este domingo que o Presidente do Brasil tem procurado fomentar "a busca pela paz" na Ucrânia, tal como o chefe de Estado francês, salientando não ter ouvido o PSD pedir uma demarcação de Emmanuel Macron.
Em declarações à Renascença, a vice-presidente da bancada do PS Jamila Madeira considera que Lula da Silva "tem vindo a promover a paz".
"A única maneira que conseguimos interpretar a iniciativa que o presidente Lula tem vindo a promover é precisamente naquilo que me parece absolutamente claro para todos os povos e estados do mundo. Queremos que a paz regresse para o território e que de facto se encontrem os caminhos para ela ser conquistada", afirmou a deputada socialista.
Jamila Madeira refere ainda que a China, como "principal parceiro comercial da Europa e do Brasil", é um "parceiro crítico" que "será muito importante para encontrar caminhos para a paz".
Horas antes, o primeiro vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, tinha instado o Governo a "tomar uma posição pública e formal" demarcando-se das declarações do Presidente brasileiro de que a União Europeia, a NATO (Aliança Atlântica) e os Estados Unidos da América (EUA) estão a estimular a guerra na Ucrânia.
Lula da Silva será recebido e discursará na Assembleia da República numa sessão de boas vindas no dia 25 de Abril, marcada para as 10:00, hora e meia antes da tradicional sessão solene que assina o aniversário da Revolução dos Cravos.
A deputada socialista admitiu que existem posições diferentes da de Portugal sobre a guerra na Ucrânia até no quadro dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas fez questão de sublinhar as relações "cada vez mais robustecidas entre Portugal e o Brasil", quer ao nível dos Estados, quer dos povos.
Sobre eventuais críticas à posição da União Europeia (UE) nesta guerra, Jamila Madeira defendeu que a UE tem procurado "criar condições de apoio aos cidadãos e condições de resistência para que a guerra que acontece" na Ucrânia "possa ter fim o mais breve possível".
Em declarações aos jornalistas, o Presidente do Brasil defendeu no sábado, no final de uma visita à China, que os EUA "devem parar de encorajar a guerra" na Ucrânia e que a União Europeia "deve começar a falar de paz".