DGS recusa inação em surto de Reguengos. Há 302 surtos em Portugal
30-09-2020 - 11:24
 • Beatriz Lopes , Cristina Nascimento com Lusa

Graça Freitas, no Parlamento, garante que “todos foram dando o seu melhor”, perante as “circunstâncias adversas” que foram encontrando.

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A diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, recusa que tenha havido inação no surto de Covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz.

Ouvida esta quarta-feira de manhã no Parlamento, Graça Freitas garante que “todos foram dando o seu melhor”, perante as “circunstâncias adversas” que foram encontrando.

“Não houve inação. Todos os intervenientes, e volto a dizer todos, nos seus diferentes papéis, foram colmatando as dificuldades que foram encontrando, inclusivamente o próprio pessoal da instituição que a dada altura era extremamente reduzido”, disse Graça Freitas.

A diretora-geral revelou que houve grande dificuldade, por exemplo, em encontrar pessoal que substituísse os que estavam doentes ou de quarentena.

“Teve que se ir a uma bolsa de recrutamento e foram contactadas mais de 600 pessoas para conseguir encontrar 35 e destas 35 muitas tinham mais de 60 anos”, exemplificou.

“As pessoas foram dando o seu melhor de acordo com as circunstâncias que foram adversas e garanto-vos, pela leitura e pelo conhecimento que tive na altura, que não houve inação“, reforçou.

O surto no lar de Reguengos de Monsaraz provocou 162 casos de infecção, 80 em utentes, 26 em profissionais), mas também a 56 pessoas da comunidade, tendo morrido 16 utentes, uma funcionária do lar e um homem da comunidade.

Mais de 300 surtos no país, maioria a norte

Nesta audição no Parlamento, Portugal regista neste momento 302 surtos ativos no país, a maior parte no Norte.

Graça Freitas, que falava na Comissão Parlamentar de Saúde, numa audição em conjunto com a Comissão de Trabalho e Segurança Social, explicou que dos 302 surtos ativos identificados até terça-feira, 123 são na Região Norte, 33 no Centro, 106 em Lisboa e Vale do Tejo, 17 no Alentejo e 23 no Algarve.

"Estão todos tipificados. Sabemos onde estão e como aconteceu, se foi numa festa de casamento, num restaurante ou numa peregrinação, e também quem são os contactos próximos", disse Graça Freitas, explicando que só ao fim de 28 dias sem casos novos é que as autoridades dão os surtos por resolvidos.

A responsável, que foi ouvida no âmbito de um requerimento do CDS-PP sobre os vários surtos que, desde o início da pandemia, se vêm registando em lares, cujo caso mais grave ocorreu numa estrutura de Reguengos de Monsaraz, disse que os dados disponíveis apontam para 51 surtos ativos em lares em todo o país.

Destes 51 surtos, 10 situam-se no Norte do país, dois na Região Centro, 35 em Lisboa e Vale do Tejo, três no Alentejo e outros três no Algarve.