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Há universidades que não vão aguentar a escalada de preços da energia: o aviso é feito à Renascença pelo presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). António Sousa Pereira está apreensivo com o futuro das instituições, afetadas pelo aumento dos preços de gás e eletricidade.
"Em 2019 a UP gastou, durante todo o ano, 300 mil euros em gás. Em 2022, gastou um milhão e 300 mil nos primeiros três meses. E não é que tenha aumentado o consumo do gás, aumentou foi o preço", exemplifica.
O presidente do CRUP admite que há instituições que possam fechar portas e pede, por isso, ao Governo um programa de emergência.
"Há instituições que não vão, pura e simplesmente, aguentar. Acho que o próximo passo é... vamos ter de negociar com o Governo um programa de emergência que garante a competitividade do sector e que as instituições conseguem desempenhar as suas funções", declara à Renascença. E vai mais longe: "Admito que possam fechar portas porque, há instituições que, antes ainda do final do ano, não vão ter dinheiro para pagar as contas".
Em declarações à jornalista Filomena Barros, o presidente do CRUP, que é também reitor da universidade do Porto, fez as contas ao impacto que a subida do peço do gás está a ter no orçamento das instituições.
Também a presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Maria José Fernandes, diz que o dinheiro não chega para manter as instituições. "O valor que nos foi atribuído não chegará, naturalmente, para fazer face aos custos da inflação", admite. À Renascença diz que existem "instituições com necessidades de financiamento extra", sobretudo por causa de questões de energia, mas admite estar confiante que o Governo "irá também dar o apoio devido às instituições".