A presidente do CDS-PP acusa o presidente da Assembleia da República de "proteger o PS" ao ter recusado enviar ao Ministério Público as declarações do primeiro-ministro e do ex-ministro Azeredo Lopes a propósito de Tancos.
Nesta quarta-feira, no final de uma manhã de campanha eleitoral para as legislativas, no Porto, Assunção Cristas voltou a atacar Ferro Rodrigues por ter "dado cobertura" ao PS no parlamento para não marcar uma comissão permanente no parlamento antes das eleições de domingo.
Cristas criticou "a inação" de Ferro quanto ao pedido dos centristas para que fossem enviadas para o Ministério Público as declarações, feitas no Parlamento, por António Costa e Azeredo Lopes, e que o CDS alega que podem considerar-se "declarações falsas".
"Estou a referir-me, em concreto, à inação do presidente da Assembleia da República no que respeita às declarações, em vários momentos, ao Parlamento, e que, no entender do CDS, deveriam ter sido remetidas para o Ministério Público. O senhor presidente da Assembleia ficou muito incomodado com o pedido do CDS, mas o CDS fica muito incomodado com presidente da Assembleia, que mostrou e mostra que está mais preocupado em proteger o PS, em proteger o Governo, do que proteger o parlamento enquanto instituição democrática", disse.
A presidente do CDS recordou um caso recente, de declarações do empresário Joe Berardo, em que o parlamento as remeteu para o Ministério Público.
Numa nota entregue hoje à conferência de líderes, que decidiu não agendar um debate sobre Tancos na comissão permanente antes do final da campanha eleitoral, Ferro Rodrigues considerou "inapropriada, incorreta e injustificada" a forma como Cristas o interpelou sobre o assunto e recordou que todas as declarações, tanto de Costa como de Azeredo, são públicas.