Foi aprovada por unanimidade a audição da ministra da Defesa, Helena Carreiras, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, na Comissão Parlamentar de Defesa, na sequência da demissão do secretário de Estado Marco Capitão Ferreira, que foi constituído arguido.
Os requerimentos foram apresentados pelo PSD e pelo Chega, mas o Partido Socialista propôs que os dois fossem ouvidos em conjunto.
Francisco César, deputado socialista, justificou a audição conjunta, porque o tema é o mesmo e é mais eficaz para o esclarecimento público.
“A proposta que nós fazemos, pelos vistos surpreendeu alguns partidos, vamos ouvir os ministros, mas em conjunto, porque se trata da mesma matéria sobre o mesmo Ministério e até para facilitar a forma como essa sequência temporal é feita, essa audição pode ser feita conjuntamente porque consideramos que é melhor para o esclarecimento público”, justificou Francisco César.
O PSD quis mais esclarecimentos e o Bloco de Esquerda não entende porque é que devem ser ouvidos em conjunto. Pedro Filipe Soares considera estranha a condição colocada pelo PS para viabilizar a audição dos dois ministros.
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda diz que cada um dos ministros é responsabilizado individualmente e ainda por cima não partilharam o mesmo tempo no Ministério da Defesa e cujas responsabilidades não são sobrepostas.
Estas audições foram aprovadas e devem acontecer na próxima semana.
Esta quarta-feira, estava marcada a audição de Marco Capitão Ferreira, o ex-secretário de Estado da Defesa, que na terça-feira à noite comunicou que não ia estar presente no Parlamento.
No email enviado ao presidente da Comissão de Defesa, Marco Capitão Ferreira justifica a ausência com o facto de ter sido constituído arguido e por isso não estarem, no seu entender, “reunidas as condições para participar com um mínimo de utilidade na audição”.
Diz ainda Marco Capitão Ferreira, na mensagem enviada à Assembleia da República, que este é o tempo da justiça e repudia “os que querem fazer política sobre tudo menos políticas públicas”.
Uma justificação criticada por Rodrigo Saraiva, da Iniciativa Liberal, dizendo que “o tempo da justiça não pode fazer parar o tempo da política” referiu na Comissão de Defesa.