Contagem de votos. MPLA reclama "maioria tranquila" e reflexão a pensar no futuro
26-08-2022 - 14:58
 • Ana Carrilho , Diogo Camilo

Partido de João Lourenço venceu com 51% dos votos e elegeu 124 deputados, mas perdeu entre os jovens e em três grandes bastiões - Cabinda, Zaire e Luanda.

A vitória do MPLA em Angola não foi tão folgada como em outras eleições, mas o partido defende que continua a ter uma “maioria tranquila”.

“O MPLA elegeu 124 deputados contra 90 do maior partido da oposição e vamos governar com essa maioria que o povo nos deu. A democracia implica isso”, afirmou o porta-voz do partido, Rui Falcão, em análise aos resultados eleitorais, onde também participou o presidente reeleito, João Lourenço.

No ato eleitoral de quarta-feira, o MPLA obteve 51% dos votos, enquanto o maior partido da oposição, a UNITA, registou o seu melhor resultado de sempre, com 44%. Apesar da maioria absoluta, o partido de João Lourenço terá que negociar mais com o partido de Adalberto da Costa Júnior, mas o porta-voz do MPLA põe todos os partidos em pé de igualdade.

“Nós temos um fórum democrático onde todos os que foram votados têm representação. É nesse fórum que se faz o debate político e é aí que se fazem as convergências. Será a nível parlamentar que continuaremos a trabalhar”, afirmou Rui Falcão, não deixando de parte negociações em relações a alterações constitucionais no país.

Nas eleições, o Movimento para a Libertação de Angola perdeu para a UNITA entre os jovens e em três grandes bastiões - Cabinda, Zaire e Luanda. Rui Falcão indica que é preciso “trabalhar mais e melhor” para recuperar da derrota para o partido conhecido como “Galo Negro” em futuras eleições.

"A juventude não tem nada a ver com isso, porque o nível de abstenção foi extremamente alto e penaliza quem está sempre no exercício do poder político”, sublinhou. O secretário para a Informação e Propaganda do MPLA acrescentou que "é preciso fazer uma reflexão para saber onde fomos eficientes, e onde não fomos, para corrigir o que estiver errado, realçando que é o propósito para os próximos tempos”.

Em relação às eleições de 2017, o MPLA perdeu um milhão de votos, enquanto a União Nacional para a Independência Total de Angola obteve quase um milhão a mais.