O advogado da família do trabalhador atropelado mortalmente na A6 assume surpresa com a rapidez com que o ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita foi constituído arguido.
Em declarações à Renascença, José Joaquim Barros admite que esta decisão surgiu mais cedo do que o esperado.
“Esse era o nosso objetivo e foi atingido muito mais rapidamente do que esperávamos”, afirma.
O advogado não acredita que a decisão tenha sido tomada agora pelo facto de Eduardo Cabrita já não ser ministro.
“Em minha opinião, essa decisão é do senhor procurador-geral adjunto e penso que ele assumiu um sentimento ético da própria comunidade de não deixar impune quem efetivamente tem o controlo da situação, não agiu e, pelo contrário, abusou completamente do seu poder, quer no que diz respeito à velocidade quer no que diz respeito ao esquema de segurança que ocupava todas as duas faixas da autoestrada, no sentido Estremoz-Lisboa.”
O ex-ministro Eduardo Cabrita e o "responsável pela segurança da comitiva" vão ser constituídos arguidos no processo do atropelamento mortal na A6, segundo o despacho do diretor do DIAP de Évora que reabriu o inquérito.
No despacho, a que a agência Lusa teve acesso, o diretor do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, José Carlos Laia Franco, determina esta constituição como arguidos.
"Importará, previamente, com todas as consequências legais processuais que lhe são inerentes", proceder "à constituição formal como arguidos daqueles dois indivíduos", pode ler-se.