A empresa Everjets anunciou que a Proteção Civil "selou as instalações" e expulsou as equipas que procediam à manutenção de três helicópteros Kamov, no Aeródromo de Ponte de Sor, Portalegre, avisando que prontidão destas aeronaves fica "seriamente comprometida".
"A Autoridade Nacional de Proteção Civil [ANPC] encerrou e selou as instalações [na terça-feira] onde estão guardados os helicópteros Kamov, expulsando dos hangares as equipas russas que procediam à manutenção das aeronaves. Os helicópteros Kamov estavam a ser reparados para operarem no início da campanha de combate aos fogos, a partir de 15 de maio", refere a empresa, em comunicado enviado à agência Lusa.
A ANPC invoca como motivo para esta decisão, segundo a Everjets, "que a empresa de manutenção russa Heliavionics da Kamov estava a movimentar equipamento/peças sem autorização prévia, situação esta que no decorrer dos anos sempre foi normal".
"A Everjets, a empresa que opera os Kamov em Portugal por força do contrato celebrado com o Estado, e que pretendia cumprir o planeamento de manutenção, vê-se assim impossibilitada de cumprir os objetivos e garantir a prontidão das aeronaves, que fica seriamente comprometida", alerta a empresa.
A Lusa questionou a ANPC, aguardando ainda por uma resposta.
A 13 de fevereiro, em resposta enviada à Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) disse esperar que os três helicópteros Kamov estejam operacionais para integrar o dispositivo de combate a incêndios florestais deste ano.
Dos seus helicópteros pesados do Estado, um está acidentado desde 2012, outros dois estão para reparação desde 2015 e os restantes três Kamov que têm estado aptos para voar têm estado também parados: dois para manutenção e um por "ausência de certificação".
Quando a ANPC procedeu ao fecho das instalações, em Ponte de Sor, um dos helicópteros Kamov estava em reparação, outro estava a dar entrada para reparação, enquanto o terceiro estava a sair da manutenção, encontrando-se já operacional e pronto para entrega, explicou fonte da empresa.