Banco de Portugal. Dívida pública aumentou 5,3 mil milhões em 2015
01-02-2016 - 18:22
Resolução do Banif implicou um aumento de 2,3 mil milhões de euros na dívida em Dezembro do ano passado.
A dívida pública atingiu os 231,1 mil milhões de euros em Dezembro de 2015, o que representa um aumento de 5,3 mil milhões de euros face ao registado no final de 2014, segundo o Banco de Portugal.
Comparando com o valor registado no final do mês anterior, verifica-se que houve uma diminuição de 0,2 mil milhões de euros no último mês de 2015.
O banco central justifica esta queda do valor da dívida no mês de Dezembro com "uma diminuição de empréstimos (1,6 mil milhões de euros) e emissões líquidas positivas de títulos (1,4 mil milhões de euros), nomeadamente de longo prazo".
Na nota estatística, a instituição liderada por Carlos Costa refere que "a operação de resolução do Banif teve impacto no valor de Dezembro de 2015 da dívida pública, através da inclusão dos títulos de dívida emitidos pela Oitante (0,7 mil milhões de euros)" e acrescenta que também "as transferências de capital efectuadas pelo Estado e pelo Fundo de Resolução para o Banif implicaram um aumento de 2,3 mil milhões de euros na dívida líquida de depósitos, por via da redução de depósitos".
No esboço de Orçamento do Estado para 2016, apresentado pelo Governo a 22 de Janeiro, o executivo apontava para que a dívida pública atingisse os 128,7% do PIB em Dezembro de 2015, uma projecção já mais pessimista do que a que constava do programa de governo dos socialistas (de 128,2% do PIB) e também mais elevada do que aquela que o anterior Governo de Pedro Passos Coelho tinha reportado a Bruxelas, no âmbito da segunda notificação do Procedimento dos Défices Excessivos (de 125,2% do PIB).
A 20 de Dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da actividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros activos - incluindo “tóxicos”- para a nova sociedade veículo Oitante.
A resolução do banco, que era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira e que está em processo de reestruturação desde 2012, foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias do Estado no total de 746 milhões de euros.