O capelão Licínio Luís, missionário passionista e marinheiro desde que foi chamado para cumprir o serviço militar obrigatório, foi exonerado, avança o semanário "Expresso".
A Marinha confirmou àquele jornal que "o Sr. Capelão Licínio teve uma audiência com o Sr. Almirante CEMA. À data de hoje, 29 de Março, o Sr. Capelão encontra-se exonerado."
Os motivos para a decisão prendem-se com uma publicação do capelão no Facebook, no qual fazia duras críticas a Gouveia e Melo por este ter criticado os dois fuzileiros suspeitos da morte do agente da PSP Fábio Guerra, ocorrida a 20 de março, à saída da discoteca Mome, em Lisboa.
Esta terça-feira, o capelão pediu desculpa a Gouveia e Melo através da mesma rede social. O "Expresso" avança que o capelão pode vir a ser readmitido.
“Não te deixes levar pelas primeiras impressões”, escreveu Licínio Luís na página pessoal do Facebook. “O senhor almirante que aguarde pela Justiça. Julgar sem saber não corre nada bem”, completou.
Na publicação, que já terá sido apagada, o capelão garante que “os jovens estavam a divertir-se e foram provocados”. O religioso perguntava aí a Gouveia e Melo: “O senhor almirante nunca foi para a noite? Nunca bebeu uns copos?”
Na madrugada de 20 de março, Fábio Guerra foi espancado depois de ter tentado separar uma briga entre os dois fuzileiros, um amigo e um cidadão estrangeiro que terá atacado Cláudio Coimbra.
Os dois suspeitos, que estão em prisão preventiva, admitiram as agressões. O agente acabou por morrer de múltiplas lesões cerebrais.
Esta terça-feira, num novo "post", o capelão pede desculpas a Gouveia e Melo e aos militares da Marinha. "É muito importante reconhecer perante a Marinha que errei ao dirigir-me de forma incorreta, inapropriada, interpretativa e pública ao almirante CEMA."