A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, que este domingo anunciou o abandono da liderança do partido, esteve à frente do partido fundado por Freitas do Amaral durante cerca de três anos e meio.
Eleita em março de 2016, no XXVI Congresso centrista, que decorreu em Gondomar, sucedeu a Paulo Portas, apresentando a moção "Ambição e Responsabilidade para Portugal". Obteve 95% dos votos dos congressistas.
Um debate televisivo em 2007, no âmbito do referendo sobre o aborto, catapultou esta advogada e professora universitária para a ação político-partidária. Aderiu ao CDS, por convite do então líder Paulo Portas, sendo eleita deputada há dez anos, nas legislativas de 2009, quando encabeçou a lista do partido por Leiria.
Depois das eleições de 2011, entrou no XIX Governo, liderado por Passos Coelho, como ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
No rescaldo das eleições de 2015, com a saída de Portas do partido, assumiu a liderança do CDS e, no Parlamento, face a um PSD em dificuldades, assumiu também, de algum modo, a liderança da oposição ao Governo da "geringonça".
Nas autárquicas de 2017, foi candidata à Câmara de Lisboa e teve um resultado bem acima das previsões mais otimistas: 20,59%. O CDS foi o segundo partido mais votado na capital e Assunção elevou a fasquia, declarando-se "candidata a primeira-ministra".
A partir daí, foi sempre a descer: nas sondagens, primeiro, e, depois, no resultados das Europeias deste ano, quando obteve 6,19% dos votos.
Era o prenúncio dos resultados desta noite, em que, face a projeções que antecipam uma derrota histórica do CDS, uma das piores desde a fundação do partido, fez saber, bem cedo na noite, que deixará a liderança do partido -- abandonando a sede de campanha pouco depois, e bem antes de a contagem dos votos terminar.