Bispos da Venezuela apelam à ajuda internacional para vacinação da população
09-04-2021 - 12:03
 • Olímpia Mairos

“Não podemos esperar mais”, assinala a Conferência Episcopal Venezuelana, defendendo que a vacinação seja realizada “sem exceção ou discriminação”, porque “a vida de cada pessoa é digna e sagrada”.

Os bispos das Venezuela apelam à ajuda da comunidade internacional para a vacinação contra a Covid-19, sublinhando a “grave crise” que atinge o país.

“Pedimos às nações do mundo e aos organismos multilaterais que se ocupam da distribuição das vacinas que deem os passos certos para colaborar com o nosso povo, permitindo o envio das vacinas, sem que isso implique um pesado fardo para nossa nação, atingida por uma grave crise desde há vários anos”, pode ler-se no comunicado emitido pela Conferência Episcopal Venezuelana (CEV).

Os bispos sublinham que “é uma urgência que deve ser enquadrada no chamamento à vivência do mandamento do amor fraterno”.

Os responsáveis da Igreja Católica na Venezuela referem que o número de contágios tem vindo a aumentar no país, assim como o número de mortos, assinalando a angústia vivida no seio da população mais vulnerável.

“As pessoas têm o direito de serem devidamente cuidadas, tanto na prevenção como nos cuidados médicos necessários”, defendem.

Os bispos apelam, por isso, ao Governo da Venezuela para que convoque todos os órgãos públicos e privados, especialmente os que estão ligados aos setores da saúde e da ação social, com vista a “constituir uma frente comum que garanta a vacinação de toda a população”.

“Essa frente comum não deve ser composta por critérios político-partidários ou ideológicos”, alertam os bispos, “mas deve ser formada por uma equipa médica séria e por representantes dos principais atores da ação social na Venezuela”.

Segundo a CEV, “isso evitará, inclusive, abrir as portas às pessoas e autoridades inescrupulosas que pretendem ‘negociar’ com a saúde da população, buscando apenas os seus próprios interesses mesquinhos”.

Os bispos da Venezuela defendem ainda que a vacinação deve começar pelas pessoas mais vulneráveis, pelos profissionais de saúde e pelos agentes sociais com cantinas ou outros serviços.

“Não podemos esperar mais”, assinala a CEV, defendendo que a vacinação seja realizada “sem exceção ou discriminação”, porque “a vida de cada pessoa é digna e sagrada”.