O PCP não deverá dar liberdade de voto quando a despenalização da eutanásia for votada no Parlamento, anunciou esta quinta-feira o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa.
"É sempre uma posição desresponsabilizante dos partidos e grupos parlamentares", declarou, questionado sobre a liberdade de voto praticada por alguns partidos (como o PSD) e a possibilidade de o PCP a adoptar neste assunto.
Em conferência de imprensa na sede do PCP, em Lisboa, Jerónimo de Sousa considera prematura qualquer iniciativa legislativa sobre o tema da eutanásia, defendendo um debate amplo, profundo e generalizado.
"Em relação a essa questão tão sensível, foi um debate que ainda agora começou e deve continuar, envolvendo a sociedade portuguesa. O pior que poderia acontecer seria cristalizar posições. Não pode ser um confronto entre ateus e religiosos, médicos e juristas, diria até entre esquerda e direita", disse.
Segundo o secretário-geral comunista, "o PCP considera a necessidade de apuramento e aprofundamento sem radicalismos" e que "é prematuro avançar já com posições que não resultam da verificação dessa convergência ampla que é necessário criar para enfrentar este problema".
Esta quinta-feira, o BE confirmou a entrega na próxima semana de um anteprojecto de lei sobre a morte assistida, através do ex-deputado e antigo dirigente bloquista João Semedo. O anúncio foi feito pelo médico, um dos convidados para o debate, no parlamento, organizado pelo PSD: "Eutanásia/Suicídio Assistido: Dúvidas éticas, médicas e jurídicas".