A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) questiona a legalidade das greves dos professores, que têm paralisado escolas por todo o país, deixando milhares de alunos sem aulas, por tempo indeterminado.
“Será que é legal fazer greve às 11h00 e colocar os miúdos na rua sozinhos, sem autorizações, sem que os pais tenham chegado?”, questiona a presidente da Confap, Mariana Carvalho, em declarações à Renascença.
A dirigente associativa diz ter conhecimento de relatos de “crianças colocadas dos portões para fora ou de crianças que não vão almoçar na escola, mas ficam retidas no interior das escolas com os pais do lado de fora”.
A presidente da Confap alerta que, para além dos impactos nas aprendizagens, esta sucessão de greves está a trazer constrangimentos sérios à vida laboral dos pais.
Nesse sentido, a dirigente reclama “serviços mínimos”, numa lógica de “escolas abertas”, para que os alunos possam permanecer nos estabelecimentos de ensino, enquanto os pais trabalham.
Por outro lado, Mariana Carvalho pede que “quando há efetivamente o encerramento de uma escola, que as faltas dos pais sejam justificadas”.
A presidente da Confap lembra que “uma hora de greve de um professor por semana é o equivalente a cinco faltas injustificadas para os pais ou encarregados de educação. É o equivalente ao número de faltas com que uma entidade empregadora pode desencadear um processo de despedimento por justa causa”.
A situação “cria desespero e revolta e nós não queremos que isso aconteça, não queremos pais revoltados com as escolas, nem com os professores”.
O Sindicato de Tod@s @s Profissionais da Educação (STOP) iniciou a 9 de dezembro uma greve por tempo indeterminado, enquanto o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) está a fazer greve aos primeiros tempos.