Barack Obama felicitou os Milwaukee Bucks pela como forma de protesto contra a injustiça racial nos Estados Unidos, na sequência dos sucessivos casos de violência policial contra cidadãos negros e, em concreto, depois do incidente com Jacob Blake, baleado pelas costa, pela polícia, quando entrava para o seu carro, desarmado, e com os três filhos no interior da viatura.
Os jogadores dos Bucks, uma das equipas favoritas ao título da NBA, boicotaram o quinto jogo do "play-off" da Conferência Este, frente aos Orlando Magic.
"Felicito os jogadores dos Bucks por defenderem os princípios em que acreditam, o treinador Doc Rivers [La Clipper], a NBA e a WNBA por darem o exemplo. É necessário que todas as instituições se manifestem em favor dos nossos valores", escreveu o antigo presidente dos Estados Unidos, no Twitter.
Os jogadores da NBA têm um papel muito ativo na defesa da igualdade de direitos, que se tornou mais visível, até do ponto de vista da intervenção política, após o caso de George Floyd. Um afroamericano que morreu, depois de ter sido sufocado por um polícia.
Depois de várias manifestações dos atletas, o incidente com Jacob Blake promoveu uma nova tomada de posição dos jogadores. Os Bucks, equipa sediada no estado do Wisconsin, onde Blake foi baleado, não se apresentaram para jogar com os Magic, na noite de quarta-feira.
A NBA cancelou os restantes jogos e manifestou solidariedade com a posição tomada. Solidariedade que se estendeu a outras modalidades.
Jogadores da principal liga de futebol (MLS) boicotaram cinco jogos na noite de quarta-feira, num protesto coletivo contra a injustiça racial. Dois outros jogos da principal liga de beisebol (MLB) e do campeonato feminino de basquetebol (WNBA) também ficaram por disputar.
A tenista japonesa Noami Osaka, que deveria jogar as meias-finais do torneio WTA de Cincinnati, que devido à pandemia decorre em Nova Iorque, abandonou o torneio em protesto, associando-se à ação de atletas profissionais de basquetebol, beisebol e futebol.
Blake foi gravemente ferido no domingo em Kenosha, no Wisconsin, onde também duas pessoas morreram na noite de terça-feira num eventual ataque feito por um homem branco, que foi filmado por um telemóvel a abrir fogo no meio da uma estrada com uma espingarda semiautomática.
O evento ocorreu quando centenas de pessoas expressaram a sua raiva, pela terceira noite consecutiva, depois de um vídeo ter mostrado o episódio em que Blake foi repetidamente alvejado por um polícia branco.
O agente disparou várias vezes nas costas do afro-americano, de 29 anos, quando este abria a porta de um veículo, onde estavam os seus três filhos menores, o que foi gravado por câmaras de telemóvel de testemunhas. A vítima permanece internada no Hospital Froedtert, em Milwaukee.
O incidente com Blake ocorreu dias depois de protestos muito participados associados à morte de outro afro-americano, George Floyd, sufocado por um polícia branco em Minneapolis (Minnesota) a 25 de maio.