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A dinamização da Irmandade dos Clérigos, marcada pelo restauro da Torre, é uma das referências mais evidentes da acção do novo bispo auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar, enquanto padre da diocese do Porto.
Com uma média anual superior a um milhão e trezentos mil visitantes, a Torre dos Clérigos ajudou a fortalecer o comércio da zona. Lojistas e comerciantes dizem que "há uma história antes e outra depois do restauro", promovido pela Irmandade e dirigido pelo arquiteto João Carlos Santos.
Antes das obras de requalificação, a Torre e a Igreja não tinham mais de cem mil visitantes por ano, mas, a partir de 12 de dezembro de 2014, data da reabertura, o número de visita multiplicou-se por mais de uma dezena. De acordo com dados da Irmandade, a partir de 2015, o registo médio de visitantes ultrapassa os 1,3 milhões.
À Renascença, os comerciantes locais reconhecem "o impacto muito grande" da obra. José Maria, com estabelecimento na rua dos Clérigos há 30 anos, revela que a sua faturação "tem vindo a ver crescer" graças à "nova centralidade e dinamismo que a Torre e a Livraria Lello" proporcionam.
Também Anabela Ferreira não tem dúvidas de que "os Clérigos são uma referência que chama muito o turismo".
A procura é tanta que até provoca alguns equívocos. Fátima Faria trabalha numa pequena loja de "souvenirs" e, não raras vezes, vê entrar no seu estabelecimento turistas que "vêm aqui à procura de bilhetes para a Torre".
Para além do incremento de visitas com "evidente vantagem para o comércio", os "novos Clérigos" também se revelaram um criador de emprego. "Atualmente, trabalharam aqui, diariamente, 20 pessoas", revela o diretor-executivo da Irmandade, António Tavares, fazendo questão de recordar que "a grande maioria dos colaboradores é oriunda da Escola de Turismo e Hotelaria do Porto".
"Em dezembro de 2014, houve uma reabilitação deste património que permitiu devolver à cidade a Torre, a sua Igreja, mas também um complexo que hoje é o Museu dos Clérigos, que abriga e acolhe diversas exposições, e em particular a exposição permanente, de uma coleção particular de Cristos", conta Tavares.
"Antigamente, isto era um espaço fechado, que fazia parte de um hospital e hoje é um centro museológico por onde passam anualmente mais de um milhão de visitantes", completa.
"Os novos Clérigos" que mereceram reconhecimento internacional em 2017, com o prémio "Europa Nostra", na categoria de conservação pelo projeto de “restauro abrangente”, permitiram à Irmandadem através do aumento exponencial de visitas, acudir com mais cuidado à sua vocação solidária. António Tavares revela que "desde 2015 até final de 2018, foi possível devolver à sociedade civil cerca de um milhão de euros de apoios, a nível de donativo para investigação médica, para a compra de material hospitalar e também para os próprios centros hospitalares".
O diretor-executivo diz que "o Hospital de Santos António, o IPO e o IPATIMUP e vários outros centros hospitalares" foram beneficiários de contribuições importantes.
A Irmandade pôde também dizer presente nos momentos de maior tragédia: "A Irmandade decidiu contribuir com donativos para as famílias vitimas dos incêndios de Pedrógão e da Madeira."
A propósito destes gestos solidários, o diretor-executivo dos Clérigos recorda uma frase muitas vezes repetida pelo padre Américo Aguiar: “Se nós não entregássemos estes donativos às instituições, os Clérigos ficariam mais ricos, mas nós não seriamos tão felizes."