A comunidade iraniana em Portugal convocou uma manifestação, para esta sexta-feira à tarde, em Lisboa.
Vozes que se juntam às milhares de pessoas que, por todo o mundo, têm-se manifestado contra o regime do Irão.
A concentração surge depois de ter sido conhecida a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, após ser detida pela polícia da moral, porque estaria a usar de forma imprópria o lenço hijab.
A Renascença falou com um dos organizadores do protesto. Babak diz que é tempo de acabar com um regime de ditadura muçulmana.
O ativista iraniano defende que é preciso perceber junto da comunidade internacional que o Irão tem uma cultura muito diferente da do seu regime político
“Nós iranianos temos uma identidade grande. O Irão, a cultura, do Irão, a língua do Irão, as pessoas do Irão e o governo islâmico. Por exemplo, quando eu falo com um português, em Portugal, e digo que sou iraniano, a primeira coisa que ele pensa é no Estado islâmico, no Governo islâmico do Irão, mas a nossa cultura é a cultura Persa, a língua é Persa, é tudo Persa, não é islâmica. A nossa língua não tem masculino nem feminino, porque é uma coisa cultural. Mas este governo islâmico separa tudo”, explica Babak.
A concentração está marcada para as 19h30, na Praça do Comércio, em Lisboa, um evento que está a ser divulgado também nas redes sociais.
A morte de Mahsa Amini provocou uma onda de protestos em várias cidades do Irão. Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança já provocaram mais de 30 mortos.
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, anunciou, esta quinta-feira, uma investigação à morte da jovem detida pela polícia por uso incorreto de um véu, que tem provocado protestos no Irão, mas denunciou a "hipocrisia das potências ocidentais".