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Depois do risco de contágio por Covid-19, a possibilidade de desemprego dos pais é o que mais assusta os estudantes.
Esta é uma das conclusões do inquérito da Associação Empresários Pela Inclusão Social (EPIS), que revela que mais de 75% dos alunos inquiridos estão preocupados com as eventuais dificuldades económicas do agregado familiar, em consequência da pandemia.
Para Diogo Simões Pereira, diretor da EPIS, este é um dado “não só relevante” por si, como “tem vindo a aumentar nos últimos meses”.
A preocupação dos mais novos com o rendimento familiar, em contexto de pandemia, mostra que “os miúdos se preocupam com os seus pais, com o emprego e as questões práticas da vida”, afirma o responsável.
Por outro lado, o facto desta tendência estar a crescer é “significativo”, porque revela que “o clima de preocupação da sociedade, da escola e o dos miúdos aumentou”, evidencia Diogo Pereira.
Sobre o impacto da Covid-19 no ensino, o inquérito revela que são os alunos mais velhos os que estão melhor preparados para as aulas à distância.
De acordo com o estudo, 20,8% dos estudantes do terceiro ciclo sente-se “pior” nas aulas presenciais ou “não nota diferença”, enquanto que apenas 8,6% dos estudantes do 1.º ciclo preferem aulas remotas.
Uma conclusão que, para o responsável da EPIS, deverá ser tida em conta em futuras decisões, dado revelar que “o encerramento de escolas não é indiferente nos diferentes ciclos de escolaridade”.
“No caso de se ter de encerrar escolas, importa perceber que será muito mais fácil fazê-lo com os alunos do 3.º ciclo, pois estão muito mais preparados para isso. No primeiro ciclo, a idade e a forte ligação dos alunos a um só professor, torna mais difícil o ensino à distância”, explica.
O estudo sobre o ensino em contexto da pandemia resulta de mais de 2. 800 inquéritos realizados a alunos em risco de insucesso escolar e acompanhados pela associação empresários pela inclusão social.