O secretário-geral do PS disse nesta quarta-feira que Mário Soares foi o primeiro-ministro socialista que enfrentou mais crises políticas como as que o seu executivo enfrenta atualmente, com ameaças reiteradas de dissolução do Parlamento.
No dia em que se assinalam os 50 anos do Partido Socialista, António Costa prestou homenagem ao fundador do partido, no cemitério dos Prazeres, em Lisboa, onde está o jazigo da família Soares e elencou os desafios que o antigo primeiro-ministro enfrentou no arranque da democracia.
“Foi de todos os primeiros-ministros do PS aquele que teve de enfrentar tempos mais difíceis”, como “os tempos de consolidação da democracia, os tempos da aprendizagem do funcionamento do novo sistema político e os tempos de gravíssimas crises económicas e financeiras”. Tempos que, afirmou Costa, “enfrentou sempre com grande lucidez, grande terminação e muitas vezes, enorme incompreensão”.
António Costa lembrou que dos três governos liderados por Mário Soares, “um caiu, por chumbo de um voto de confiança na Assembleia da República, outro por dissolução pelo presidente da República e um terceiro por, a poucos dias de estar assinado o tratado de adesão de Portugal à União Europeia, o partido parceiro de coligação - o PPD - ter resolvido retirar o apoio ao Governo, provocando a queda desse Governo.”
“Mas a verdade é que Mário Soares transcendeu em muito o PS e transcendeu em muito a sua própria ação enquanto primeiro-ministro”, acrescentou o atual primeiro-ministro.
António Costa surgiu acompanhado de todo o estado maior do PS, com o presidente socialista Carlos César ao lado e ainda os ministros das Finanças - Fernando Medina e do Ambiente - Duarte Cordeiro - e a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, atual líder da concelhia do partido em Lisboa.