Um grupo de investigadores da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver um protótipo de robô móvel, que consiga intervir nos terrenos mais acidentados, como são os da região demarcada do Douro.

"A nossa investigação nesta área tem sido direccionada para os aspectos que permitem a navegação autónoma de robôs em terrenos de dificuldade acrescida, com o objectivo de, num futuro próximo, poder realizar operações de monitorização sensorial", refere à Renascença o professor Raul Morais, coordenador do projecto.

A UTAD possui já um robô de pequeno porte, todo-o-terreno, equipado com ferramentas de orientação a laser, com GPS, diversas câmaras e outros acessórios de monitorização sensorial, mais um controle de racionamento de seis rodas que lhe permite realizar alguns movimentos nos patamares das vinhas.

O novo equipamento permite aos alunos desenvolver os "seus algoritmos de detecção de obstáculos, planeamento de trajectórias e manobras em ambientes complexos como é, por exemplo, o da vinha", explica Raul Morais, realçando que "serve também o propósito para desenvolver algumas tecnologias que visam a detecção de doenças, défices de água nas plantas e outras características que são importantes para os agricultores em geral".

Numa perspectiva de evolução a médio prazo, o investigador refere que "o passo natural é o de desenvolver ferramentas de actuação para robôs de maior porte, que possam realizar intervenções no campo como, por exemplo, a pulverização inteligente, o corte selectivo de matéria vegetal e a limpeza de ervas, entre outras tarefas de utilidade, nas mais variadas práticas agro-florestais".

Este trabalho de investigação junta várias competências transversais e complementares em várias áreas da engenharia, especialmente no domínio das tecnologias de electrónica, instrumentação e controlo em sistemas distribuídos e inteligentes.