A Associação dos Profissionais da Guarda (ASP/GNR) congratulou-se esta segunda-feira por, pela primeira vez em 112 anos de história da GNR, ter sido indicado para as funções de comandante-geral um oficial general que não é oriundo das Forças Armadas.
"Considerando as recentes notícias que dão como certa a investidura do tenente-general Rui Veloso nas funções de Comandante-Geral da GNR, a APG/GNR não poderia de deixar de assinalar positivamente este momento histórico. Em 112 anos de história desta instituição de segurança pública, pela primeira vez assume os seus destinos um oficial general que não é oriundo das Forças Armadas", refere a ASP/GNR em comunicado.
A associação salienta que a progressão no quadro da GNR até oficial general "sempre foi uma reivindicação da APG/GNR" e que a GNR é uma instituição policial e a sua gestão por oficiais militares de carreira, oriundos do exército e formados para cenários bélicos, sempre foi contranatura num contexto europeu em que as forças de segurança se têm vindo a modernizar.
"Se a ocupação do topo da hierarquia da GNR por elementos externos sempre teve como dupla consequência um conhecimento deficitário do seu funcionamento, por um lado, e uma falta de identificação dos profissionais com o órgão de comando, por outro, hoje estão criadas expectativas para que este cenário se altere", acentua a ASP/GNR.
Segundo a associação, pela primeira vez a gestão da GNR estará nas mãos de alguém “da casa”, considerando que daí advêm maiores responsabilidades, pois "a expectativa é que esse maior conhecimento resulte em mais proximidade dos profissionais, em mais sensibilidade para as suas condições de trabalho, aspirações e direitos".
A APG/GNR saúda ainda o Comandante-Geral que em breve será empossado e manifesta "inteira disponibilidade para o diálogo e o encontro de soluções conjuntas" que sirvam a GNR e os direitos dos profissionais, realçando que "não deixará de se manter atenta e interventiva, sempre que tal se justifique".
O Governo anunciou no domingo que vai nomear o tenente-general Rui Veloso como novo comandante-geral da GNR e o superintendente-chefe Barros Correia como novo diretor nacional da PSP, no início de setembro.
Em comunicado, o Governo explicou que as substituições “surgem pelo facto de o atual responsável da GNR, tenente-general Santos Correia, atingir o limite de idade de passagem à reserva a 31 de agosto e, também, pela circunstância de o responsável da PSP, superintendente-chefe Magina da Silva, ter solicitado a cessação de funções”.
A tomada de posse de Rui Veloso e de Barros Correia realiza-se no próximo dia 04 de setembro.