Os mais de 700 escuteiros portugueses a participar no 25.º Jamboree Mundial estão "bem" e "a divertir-se". A indicação é do chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas à Renascença, horas antes da deslocação para Seul para a continuação do encontro, depois de problemas na localização original na Coreia do Sul.
Ivo Faria disse para as famílias dos jovens portugueses tentarem lembrar-se "daquele prato que eles mais gostam de comer porque, daqui a uns dias, quando chegarem a Portugal, vão com saudades, de certeza, da nossa gastronomia".
No sábado, a Organização Mundial do Movimento Escuteiro pediu o fim antecipado do encontro mundial, devido a uma onda de calor que levou ao tratamento de pelo menos 600 participantes do Jamboree por insolação e outras doenças relacionadas com as temperaturas altas.
O movimento escuteiro disse que pediu aos organizadores sul-coreanos que "considerassem opções alternativas para encerrar o evento antes do previsto e apoiar os participantes até que eles partissem para os seus países de origem".
Agora, com o alerta devido ao tufão Khanun, o acampamento vai ser relocalizado para a capital sul-coreana, levando os 762 escuteiros e escoteiros portugueses a fazer uma viagem de autocarro entre quatro a cinco horas.
Ao todo, 900 autocarros estão envolvidos na retirada dos escuteiros de Saemangeum para Seul, numa operação que deve durar "entre 12 a 16 horas, com toda a operação logística de abastecer todos os participantes e staff de pequeno almoço e da refeição do almoço e jantar", contou Ivo Faria à Renascença.
Os participantes do 25.º Jamboree Mundial vão deixar de estar em acampamento, ficando alojados "em mais de 300 locais" em torno da capital da Coreia do Sul, evitando assim "as dificuldades que esperávamos que viessem a ser impostas pelas condições climatéricas do tufão".
O contingente português conta com 14 grupos, que dialogam entre si diariamente, permitindo testemunhar que a "alegria vai em crescendo" entre os jovens, que vivem "cada dia com muita intensidade" após o trabalho "ao longo destes últimos quatro anos" para poderem estar presentes.
O chefe nacional do Corpo Nacional de Escutas caracterizou as dificuldades impostas pelas condições climatéricas como uma oportunidade e "um momento de aprendizagem e de crescimento" para os jovens, que deve tornar a atividade "inesquecível".
Ivo Faria agradece "o empenho e a ajuda" da embaixada portuguesa em Seul e do ministério dos Negócios Estrangeiros do Governo português, com quem o contingente português tem mantido contacto, dando conta das condições em que se encontram.
Ainda sem saber em detalhe as atividades que vão ser realizadas na capital da Coreia do Sul, Ivo Faria considera que serão mantidas as que são "mais relacionadas com questões culturais de convivência com as comunidades locais" e de visita a "lugares de interesse", assim como as dinâmicas que colocam os jovens "em diálogo e em trabalho uns com os outros".
Cerca de 43 mil pessoas de todo o mundo - a maioria adolescentes -, distribuída por contingentes de 155 países, estão a participar no encontro, que decorria até agora na região costeira de Buan, na província de Jeolla do Norte, no norte da Coreia do Sul.