O eurodeputado Paulo Rangel, do PSD, aponta culpas ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mas também à Câmara de Lisboa, no caso dos polémicos festejos do título do Sporting, que juntaram dezenas de milhares de adeptos em plena pandemia de Covid-19.
"Mais uma falha do ministro da Administração Interna, que é um caso verdadeiramente estranho. Não sei como é que é possível manter em funções um político depois do caso SEF, agora com a questão de Odemira, onde teve uma atuação terrível, agora uma situação destas altamente previsível”, acusa Paulo Rangel no programa Casa Comum da Renascença.
Para o comentador social-democrata, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, "também mostra a sua incompetência" neste caso da preparação dos festejos.
"Isto é muito grave, porque desmente por completo tudo aquilo que o Governo anda a dizer. Não é que o Governo não tenha aqui boas intenções - sabemos que o inferno está cheio de boas intenções -, mas a pedagogia que o Governo quer fazer é desmentida pelos factos e isso descredibiliza e cria um fator de grande preocupação", afirma.
Já o secretário-geral adjunto do PS critica os comportamentos “incompreensíveis e inaceitáveis” de alguns adeptos durante os festejos do título do Sporting. No programa Casa Comum da Renascença, José Luís Carneiro destaca a importância da responsabilidade individual em tempo de pandemia de Covid-19.
“Este é dos acontecimentos que mostra bem a importância de compatibilizar a liberdade, a autonomia individual com um alto sentido de responsabilidade. E o que aconteceu, e sendo compreensível a alegria exuberante dos sportinguistas e dos adeptos, é que há comportamentos que são inaceitáveis à luz das regras de saúde pública que têm vindo a ser obrigatórias para amplos setores da sociedade portuguesa”, afirma José Luís Carneiro.
A presença de adeptos ao redor do estádio de Alvalade foi permitida, mas o dirigente socialista reitera que “se todos se comportassem de acordo com as regras não tinha havido aquilo que ocorreu”.
“Só comportamentos individuais de cidadania responsável é que evitam falhas como aquelas que se puderam detetar ontem”, sublinha.
Questionado sobre falhas de planeamento das autoridades, José Luís Carneiro acredita que a segurança foi planeada para a festa do Sporting e não pode haver um polícia para cada adepto.
“Estou firmemente convencido que neste jogo de futebol, quer noutros encontros desportivos e noutras manifestações, que estava planeado os termos da segurança para este encontro de futebol e para as comemorações da vitória do Sporting, mas todos nós reconhecemos que não é possível nem sequer aceitável e muito menos desejável um polícia por cada cidadão.”
Este ajuntamento de dezenas de milhares de pessoas, que pode provocar uma nova subida de casos de Covid, coloca em causa a credibilidade da gestão da pandemia?
O secretário-geral adjunto do PS reforça a ideia dos comportamentos “inaceitáveis” durante os festejos do título do Sporting e pede o apuramento de responsabilidades.
“Compreendendo a alegria dos sportinguistas, os comportamentos de uma parte desses adeptos foram incompreensíveis e inaceitáveis. Como havia autoridades presentes no local, é expetável que também sejam apuradas responsabilidades nomeadamente em relação aos cidadãos que individualmente quebraram as regras a que estão obrigados neste momento tão difícil da vida do país”, sublinha.
Os incidentes e ajuntamentos durante os festejos do título do Sporting, o caso Odemira e o rescaldo das cimeiras do Porto foram temas em destaque no Casa Comum desta semana, com o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, e o eurodeputado do PSD Paulo Rangel.
[notícia atualizada]