A União Europeia vai denunciar perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) a decisão norte-americana de suspender a isenção dos direitos de importação de aço e alumínio e garantiu que irá responder de forma "proporcional".
"Os Estados Unidos não nos deixam agora outra escolha que não seja a de recorrer à resolução de litígios da OMC e à imposição de tarifas adicionais sobre diversas importações dos EUA. Vamos defender os interesses da União em total cumprimento da lei comercial internacional", declarou o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.
Num comunicado divulgado em Bruxelas pela Comissão Europeia imediatamente após o anúncio de Washington, Juncker reafirma que, para a UE, "estas tarifas unilaterais dos EUA são injustificadas e em discordância com as regras da OMC".
"Isto é protecionismo puro e simples", declarou o presidente do executivo comunitário.
Também a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström, lamentou a decisão de hoje de Washington, afirmando que "hoje é um dia mau para o comércio mundial".
"Fizemos tudo para evitar este desfecho. Agora que temos clareza, a resposta da UE será proporcional e de acordo com as regras da OMC. Vamos agora desencadear um caso de resolução de litígios na OMC, já que estas medidas dos EUA vão claramente contra as regras internacionais acordadas. Também iremos impor medidas de reequilíbrio e tomar os passos necessários para proteger o mercado da UE do desvio comercial provocado por estas restrições norte-americanas", declarou a comissária.
Lembrando que ao longo dos últimos meses falou "em inúmeras ocasiões com o secretário do Comércio norte-americano", Wilbur Ross, a comissária Malmström lamentou ainda a atitude dos Estados Unidos ao longo das conversações, ao "usar a ameaça de restrições como forma de obter concessões da UE".
"Não é desta forma que fazemos negócios, e muito menos entre parceiros, amigos e aliados de longa data", disse.
O Departamento do Comércio norte-americano suspendeu a isenção dos direitos de importação de aço e alumínio da União Europeia, Canadá e México, numa decisão que dispara as tensões comerciais e provocará represálias dos parceiros.
"Decidimos não estender a exceção para a União Europeia, Canadá e Médico, pelo que estarão sujeitos a tarifas de 25% e 10%" na importação de aço e alumínio", respetivamente, indicou Wilbur Ross, antes de terminar o prazo para a tomada de uma decisão sobre o assunto.