A associação ambientalista Zero disse hoje acreditar que serão tidas "seriamente em conta" as preocupações da organização sobre o Montijo na escolha do local de um futuro aeroporto da capital.
Acácio Pires, da associação e presente na Comissão Técnica Independente (CTI) que estuda a localização de um novo aeroporto para a região de Lisboa, disse à agência Lusa que os ambientalistas não aceitam um aeroporto no Montijo e que vão inclusivamente manter a ação judicial.
No final de 2021 a Zero e mais sete organizações anunciaram que iam recorrer à justiça por considerarem ilegal a avaliação ambiental estratégica feita então para a opção Montijo para aumentar a capacidade aeroportuária da capital.
Acácio Pires falava à Lusa na sequência do anúncio, hoje pela CTI, de nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo (Portela+Montijo; Montijo+Portela; Alcochete; Portela +Santarém; Santarém), mais as opções Portela+Alcochete, Portela+Pegões, Rio Frio+Poceirão e Pegões.
A lista de opções que passam às fases seguintes deixou de fora propostas como Beja, Ota ou Tancos.
Nas declarações à Lusa o ambientalista enalteceu o trabalho da CTI, apesar da falta de financiamento para contratar técnicos e equipas, admitindo que por isso o prazo para ser apresentada uma proposta final, no final do ano, possa não ser respeitado.
"Achamos que o importante é garantir a qualidade da avaliação", frisou, explicando que a CTI vai agora determinar os critérios para comparar as opções, que começam a ser analisadas em profundidade a partir de maio.
Sobre o que a CTI irá propor no final do ano o responsável disse que esse é o trabalho que agora se vai iniciar mas garantiu que quer ver a opção Montijo a ser "excluída de forma clara", como outras opções que tenham impactos em reservas naturais e da Rede Natura, protegidas por diretivas europeias.