Incêndios. Força Aérea deve assumir gestão de meios aéreos já para o ano
26-10-2017 - 09:41

Em entrevista à Renascença, o ministro da Defesa diz que os meios privados também serão geridos pela Força Aérea.

A Força Aérea deverá assumir, já no próximo ano, a gestão de meios de combate aos fogos. É pelo menos essa a previsão do ministro da Defesa.

“Penso que sim, mas a questão não é propriamente a de assumir a gestão dos meios, mas a de assumir a gestão de novos meios, que é aquilo que está a ser programado”, destaca Azeredo Lopes, entrevistado na Manhã da Renascença.

“Independentemente de tudo, os meios que existem vão continuar a ser utilizados e com uma gestão que esperamos que seja melhorada pela capacidade de gestão centralizada que resulta desta gestão”, explica.

Azeredo Lopes afirmou também que os meios civis e privados também deverão ser geridos pela Força Aérea: “Todos os meios serão geridos pela Força Aérea”.

“Isto significa, não só a gestão dos contratos como também a gestão da alocação de meios àquilo que for determinado pela estrutura de comando da Protecção Civil”, esclarece, ressalvando que é ainda “um bocado cedo para ter conclusões tão categóricas”, dado que foi à Força Aérea “um estudo sobre o que a Força Aérea considera como um modelo concreto de comando e gestão, que vai propor para decisão política”.

Nesta entrevista, o ministro da Defesa diz ainda que está a ser discutido o modelo de transição. “Está em curso – e espero que na próxima semana já o possamos concluir –a elaboração de um despacho comum entre a Administração Interna e a Defesa, em que atribuímos a um grupo de pessoas por nós designadas a tarefa de, o mais depressa possível, desenhar o modelo de transição”.

Azeredo Lopes garante que “a gestão e os meios passam a ser da Força Aérea, mas também é claro e evidente que a Força Aérea não passa a ser a nova Protecção Civil”.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em Junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.