ONG. Pandemia prejudicou promoção dos direitos das crianças
26-05-2020 - 01:08
 • Lusa

Segundo a ONG KidsRights, a crise pandémica reverteu "anos de progresso feito ao nível do bem-estar infantil".

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Os direitos das crianças em todo o mundo estão a ser fortemente prejudicados pela pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus, que aumentou o risco de trabalho e casamentos forçados, anunciou uma organização não-governamental (ONG).

De acordo com o fundador e presidente da ONG KidsRights, Marc Dullaert, sediada em Amesterdão, nos Países Baixos, a crise pandémica reverteu "anos de progresso feito ao nível do bem-estar infantil".

As medidas implementadas por vários países para mitigar a propagação da pandemia tiveram "um impacto desastroso em muitas crianças", prosseguiu o responsável, citado pela agência France-Presse.

As crianças estão "muito vulneráveis" ao trabalho infantil e casamentos forçados por causa, em particular, do encerramento das escolas, prosseguiu o presidente da KidsRights.

A pressão sobre os sistemas de saúde de vários Estados também encerrou programa de imunização contra doenças como a poliomielite ou o sarampo, o que vai levar a "um aumento na mortalidade infantil com centenas de milhares de mortes", sublinhou o dirigente da ONG.

Em relação ao sarampo, a suspensão das campanhas de vacinação em pelo menos 23 países já terá afetado mais de 78 milhões de crianças com 9 anos ou menos, dá conta a KidsRights.

Prestar "atenção especial aos direitos das crianças" é, por isso, "mais necessário do que nunca", defendeu Marc Dullaert.

O índice KidsRights 2020 classificou 182 países com base na promoção e manutenção dos direitos das crianças.

A Islândia ocupa o primeiro lugar desta 'ranking' anual, de acordo com dados recolhidos através das Nações Unidas, seguida pela Suíça e pela Finlândia.

O Chade, o Afeganistão e a Serra Leoa ocupam os últimos lugares.

Em relação à pandemia, a nível global, já morreram mais de 344 mil pessoas e estão confirmados mais de 5,4 milhões de contágios, em 196 países e territórios.

Deste total, mais de 2,1 milhões de doentes já recuperaram.